O número de mortes causadas pelo HIV no Acre apresentou um aumento superior a 60% entre 2022 e 2023, conforme aponta um estudo do Ministério da Saúde.

Após um período de queda desde 2021, os óbitos voltaram a superar a marca de 20 casos no último ano. Em 2023, foram registradas 21 mortes diretamente relacionadas ao HIV, frente a 13 em 2022. Em 2021, o estado contabilizou 26 óbitos.

Os dados estão no boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 11, que reúne informações desde os anos 1980, com base no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

De 1980 a 2012, foram registradas 182 mortes relacionadas ao HIV no Acre. Entre 2013 e 2022, o número subiu para 222, com destaque para o pico de 30 mortes em 2018. Além disso, a taxa de mortalidade por HIV no Acre subiu de 1,3 para 2,3 casos por 100 mil habitantes entre 2022 e 2023.

Em Rio Branco, capital do estado, o índice foi de 2,7 mortes por 100 mil habitantes, o segundo menor entre as capitais brasileiras, atrás apenas de Brasília (2,2). Ademais, neste ano, o Acre apresentou um aumento alarmante nos casos de HIV.

Mortes por HIV no cenário nacional

No cenário nacional, 2023 registrou uma redução nas mortes por HIV, com 10.338 casos notificados, contra 11.062 em 2022, representando uma queda de 6,5%. A taxa nacional de mortalidade foi de 3,9 por 100 mil habitantes, a menor desde 2013.

O boletim destaca que a disseminação de infecções como o HIV está diretamente relacionada a fatores sociais, econômicos e ambientais. A situação ocorre especialmente em regiões com maior vulnerabilidade social.

De acordo com o documento, o enfrentamento dessas doenças exige políticas públicas abrangentes, que incluam acesso a saúde, renda, saneamento, educação e combate ao estigma.

Campanha Dezembro Vermelho

A campanha Dezembro Vermelho, realizada em todo o Brasil, visa a prevenção do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). No Acre, ações incluem a distribuição de preservativos, gel lubrificante e materiais educativos.

O coordenador do Núcleo Estadual de ISTs da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), Jozadaque Beserra, reforçou a importância de medidas preventivas como o uso de preservativos e a profilaxia pré-exposição (PrEP).

Por fim, segundo ele, é necessário um esforço conjunto para controlar as infecções e cumprir o compromisso firmado pelo Brasil com a ONU de eliminar essas doenças até 2030.