O Brasil terminou 2024 com um recorde alarmante de 6 mil óbitos causados por dengue, conforme informações divulgadas pelo painel de monitoramento do Ministério da Saúde.

Até o início da manhã desta terça-feira (31), foram contabilizadas 6.004 mortes, enquanto outras 946 estão em investigação para verificar possível ligação com a doença.

Este dado marca o maior número de mortes por dengue já registrado desde o início do monitoramento sistemático da doença, iniciado pelo Ministério em 2000. O recorde anterior, de 2023, contabilizava 1.179 óbitos ao longo de todo o ano. Em 2024, a marca foi superada logo no primeiro semestre, em abril.

Vacina contra dengue

O Instituto Butantan submeteu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um pedido de registro para sua vacina contra a dengue, denominada Butantan-DV. Se aprovada, será a primeira vacina mundial de dose única contra a doença, oferecendo proteção contra os quatro sorotipos do vírus.

Os ensaios clínicos, iniciados em 2016 e concluídos em junho de 2024, envolveram 16.235 participantes acompanhados por cinco anos. Os resultados indicaram uma eficácia geral de 79,6% na prevenção de casos sintomáticos de dengue.

Com a aprovação da Anvisa, o Butantan planeja fornecer um milhão de doses em 2025, com potencial para entregar até 100 milhões de doses adicionais entre 2026 e 2027.

Casos de dengue em 2024

Os casos prováveis de dengue ultrapassaram a marca de 6,6 milhões em 2024. São Paulo lidera os números com 2,1 milhões de infecções prováveis, seguido por Minas Gerais (1,6 milhão) e Paraná (655 mil). Por outro lado, Roraima registrou o menor número de casos, com apenas 758 ocorrências.

Embora o cenário seja preocupante, as autoridades destacam que desde outubro houve uma redução gradativa nos índices de transmissão. Essa queda foi impulsionada por medidas como o reforço nas equipes de vigilância sanitária e o aumento da aquisição de vacinas para aplicação em 2025.

O que é dengue e como ocorre a transmissão?

A dengue é uma doença causada pelo vírus DENV e transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. O período de maior incidência ocorre no verão, principalmente em regiões onde o acúmulo de água parada favorece o aumento de criadouros do mosquito.

Os sintomas típicos incluem:

  • Febre alta (acima de 38°C);
  • Dor muscular e nas articulações;
  • Mal-estar e falta de apetite;
  • Dor de cabeça e atrás dos olhos;
  • Manchas vermelhas pelo corpo.

Nos casos mais graves, pode haver complicações como hemorragias e comprometimento de órgãos, que podem levar ao óbito.

Medidas de prevenção contra a dengue

Para evitar a proliferação do mosquito transmissor e proteger sua saúde:

  1. Elimine focos de água parada: Tampe caixas d’água, retire água acumulada em bandejas e vasos de plantas, e mantenha pneus velhos em locais cobertos.
  2. Mantenha o ambiente limpo: Limpe calhas, lajes e cacos de vidro nos muros.
  3. Use repelentes e instale telas: São medidas importantes para evitar picadas, especialmente em áreas de alta incidência.
  4. Descarte corretamente o lixo: Não acumule resíduos em terrenos baldios ou locais abertos.
  5. Faça inspeções regulares: Verifique semanalmente sua casa e quintal para identificar possíveis criadouros.

Existe tratamento para a dengue?

O tratamento da dengue se concentra no manejo dos sintomas e na reposição adequada de líquidos. O Ministério da Saúde recomenda:

  • Repouso e hidratação: Consuma líquidos regularmente.
  • Não se automedique: Evite remédios sem orientação médica.
  • Procure atendimento médico: Se surgir algum sinal de alerta, como sangramentos ou dores intensas, busque ajuda imediatamente.

Além disso, o acompanhamento médico regular é fundamental para monitorar a evolução do quadro clínico e prevenir complicações.

Com informações do Ministério da Saúde.