As passagens de barco podem sofrer um aumento no valor em decorrência da seca dos rios no Amazonas.
A informação foi divulgada, nesta quinta-feira (5), pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Estado (Arsepam).
A instituição confirmou que está monitorando os valores cobrados pelas embarcações que atuam no transporte entre municípios no estado.
+ Envie esta notícia no seu WhatsApp
+ Envie esta notícia no seu Telegram
Segundo a agência, os valores não são considerados abusivos, e são em decorrência do aumento do custo operacional por conta da estiagem que o estado está sofrendo.
Cerca de 38 municípios estão em situação de emergência quanto à locomoção de pessoas e cargas, segundo dados da Aserpam.
Ao todo, 59 municípios do Amazonas dependem do transporte hidroviário intermunicipal.
Das nove calhas do estado, sete estão sofrendo dificuldades extremas de logística, segundo a agência.
Ainda segundo a instituição, apenas barcos com a calha menor (a parte do casco que fica em baixo da água) estão conseguindo chegar nos municípios.
Embarcações que antes utilizavam cerca de 20 mil litros de combustível para irem até Tabatinga, estão utilizando 24 mil.
Seca e embarcações
Segundo a direção da Arsepam, o Amazonas conta com 136 embarcações que atuam em 116 linhas, de forma legalizada.
Das 136 embarcações, 90% estão atuando com algum tipo de restrição, por conta do nível das águas, o que fez com que o transporte dos passageiros caísse para 45% e para 25% a de carga.
As embarcações estão priorizando o transporte de alimentos e remédios, evitando o transporte de grandes equipamentos ou veículos e cargas pesadas, já que com a baixa profundidade do rio os barcos podem encalhar.
Segundo o Departamento de Transporte Hidroviário da Arsepam, muitas rotas foram alteradas, já que muitas embarcações não conseguem chegar às sedes dos municípios.
Com a dificuldade das embarcações de chegar às sedes, e tendo que atracar em praias distantes, os passageiros acabam tendo que custear o transporte de sua carga e do próprio passageiro para uma embarcação menor, o que tem aumentado o tempo de viagem em média de 30 a 40 horas.
Caso a estiagem continue nos próximos quinte dias, algumas linhas podem ser impossibilitadas de navegar no modo tradicional, sendo necessária a utilização de catraia e rabetão, como já está acontecendo em Benjamin Constant.
Possíveis paralisações de linhas:
- Alto, Médio e Baixo Solimões: Amaturá, Atalaia do Norte, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Tonantins, Alvarães, Coari, Fonte Boa, Japurá, Jutaí, Maraã, Tefé, Uarini, Anamã, Anori, Caapiranga, Careiro Castanho, Codajás e Manaquiri.
- Da calha do Médio e Baixo Amazonas: Autazes, Itapiranga, Urucurituba, Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Maués, Nhamundá e São Sebastião do Uatumã.
- Da calha do Juruá e Rio Negro: Carauari, Eirunepé, Envira, Guajará, Ipixuna, Itamarati, Juruá, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira.
- Nas calhas do Madeira e do Purus, as embarcações grandes estão chegando até os municípios, porém com restrição da capacidade de passageiros e cargas.
RELACIONADAS
+ Seca no AM: 24 cidades em emergência e transporte hidroviário afetado
+ Veja imagens e fotos da seca no Amazonas
+ VÍDEO: seca no AM deixa ribeirinhos isolados e embarcações atingidas