Nos últimos três dias, o Rio Amazonas tem demonstrado um aumento em seu nível próximo de Iquitos, no Peru, a elevação das águas, que se intensificou devido às chuvas contínuas na região, tem gerado preocupações quanto à segurança e ao impacto nas comunidades ribeirinhas.


Atualmente, o nível do rio Amazonas está em 75 metros e 37 centímetros, refletindo um aumento de 19 centímetros desde quarta-feira (23), quando as águas estavam em 75 metros e 18 centímetros. No ano passado esse tipo de recuperação só foi observada em outubro, quando a nascente do rio e Iquitos voltou a registrar subida no nível das águas.

A tendência de aumento nas águas do Amazonas e um alívio considerando que desde o dia 18 de setembro a média de queda havia sido de −7 centímetros. Essa oscilação nos níveis do rio é comum em épocas de estiagem, mas a atual subida é um indicativo de que a situação pode estar mudando.

Rio Negro

A realidade é diferente para o rio Negro, que fecha a semana com uma cota de 13 metros e 73 centímetros, apresentando uma diminuição de −76 centímetros. No início da semana, as águas estavam em 14 metros e 49 centímetros. Os dados indicam que, em Manaus, o rio Negro registra descidas diárias médias de 19 centímetros, com os níveis atingindo as marcas mais baixas já registradas para o mês de setembro nesta série de dados.

Um documento do Serviço Geológico do Brasil (CPRM-SGB) destaca que a seca do rio Negro é a quarta mais severa na história do Amazonas, com os níveis atuais superados apenas pelos anos de 1963, 2010 e 2023. Desde o início da vazante em junho, as águas do rio Negro desceram impressionantes 13 metros e 12 centímetros, criando desafios significativos para a população local e o ecossistema.

Impactos da estiagem no Amazonas

A redução nos níveis dos rios tem impactos diretos na vida das comunidades ribeirinhas e na fauna e flora locais. A escassez de água compromete atividades de pesca, transporte e até mesmo o abastecimento de água potável. Em várias áreas, o acesso a recursos hídricos se torna cada vez mais limitado, levando as comunidades a buscar alternativas e adaptarem-se a essa nova realidade.

Além disso, a baixa dos níveis dos rios afeta a biodiversidade. Espécies que dependem das margens dos rios e dos ambientes aquáticos enfrentam dificuldades de sobrevivência, e há uma preocupação crescente com a conservação de habitats que podem ser danificados pela estiagem prolongada.

Seca de rios favorece a atividade ilegal de caça e pesca na Amazônia

O diretor de fiscalização ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Johnatan Santos, afirmou em entrevista que a seca provocada pela mudança climática tem contribuído para o aumento da caça e pesca ilegais de espécies ameaçadas na Amazônia.

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