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Rio Negro está a menos de 40 cm da seca histórica de 2023; veja os níveis

rio negro seca-capa

Um relatório indica que 186 mil famílias enfrentam dificuldades este ano - Foto: João Dejacy.

O nível do Rio Negro em Manaus se aproxima da marca histórica de seca registrada em 2023. Na manhã desta terça-feira (1º), a medição alcançou 13,05 metros, 35 centímetros acima da cota mínima de 12,70 metros, monitorada ao longo de 121 anos.

A capital amazonense enfrenta uma situação de emergência devido à estiagem. A praia da Ponta Negra, um dos principais pontos turísticos da cidade, foi fechada para banho em razão do baixo nível das águas.

Previsão de seca severa

O governo do Amazonas emitiu um alerta sobre a possibilidade de uma seca intensa que pode superar a intensidade do ano anterior.

Um relatório recente do Serviço Geológico do Brasil (SGB), divulgado no último sábado (28), indica que o nível do Rio Negro poderá cair abaixo dos 12 metros pela primeira vez na história.

A redução no nível do Rio Negro afeta também a visibilidade do Encontro das Águas, um fenômeno natural que resulta da junção das águas escuras do Rio Negro com as águas barrentas do Rio Solimões.

Seca de 2024 afeta mais de 747 mil pessoas

A seca que atinge o Amazonas em 2024 impacta 747.642 pessoas em todo o estado, conforme o boletim divulgado pela Defesa Civil na segunda-feira (30).

O documento indica que 186 mil famílias enfrentam dificuldades este ano, número superior ao registrado em 2023, quando aproximadamente 633 mil pessoas de 158 mil famílias foram afetadas. A estiagem severa compromete a situação de todas as calhas dos rios no estado.

Imagens de satélite revelam os efeitos da seca no Lago Tefé

Imagens de satélite da União Europeia mostram a severidade da seca que afeta a Amazônia brasileira, resultando em uma significativa diminuição do Lago Tefé, localizado na região do Médio Solimões.

Os dados foram divulgados pelo observatório europeu Copernicus, que comparou imagens de setembro de 2023 e setembro de 2024. (Veja as imagens abaixo).

Nas fotos, a cidade de Tefé é visível no canto direito, à margem do Rio Solimões, um dos principais afluentes do Amazonas.

Normalmente, o Lago Tefé apresenta profundidade de até 5 metros, mas, segundo a Defesa Civil Municipal, o nível atual da água está abaixo de 1 metro, o que destaca o impacto da estiagem na região.

Para contextualizar, o uso de sensores que detectam luz infravermelha é o que gera os tons de vermelho nas imagens. Esses sensores indicam a quantidade de clorofila nas plantas. Quanto mais verde a vegetação, mais intenso o vermelho.

Rio Solimões atinge nível mais baixo e preocupa moradores

O Rio Solimões, um dos principais afluentes do Amazonas, registrou na última segunda-feira (30) seu nível mais baixo, em meio à pior estiagem já observada na região amazônica. Essa situação alarmante deixou vilarejos ribeirinhos sem acesso a alimentos, água e transporte.

Em Manacapuru, localizada a cerca de 100 km da capital amazonense, Manaus, a profundidade do Solimões era de apenas 3 metros, conforme dados da Defesa Civil. Esse nível é 11 cm inferior ao recorde anterior, que havia sido alcançado em 25 de outubro do ano passado.

Com quase um mês até o retorno das chuvas, espera-se que o nível do rio, que se origina nos Andes peruanos, diminua ainda mais nas próximas semanas, agravando a crise para as comunidades ribeirinhas. Muitas delas estão isoladas, enfrentando dificuldades devido à escassez de transporte em águas rasas e à falta de suprimentos essenciais.

Situação dos rios no Amazonas

Em Tabatinga, localizada na região do Alto Solimões, o Rio Solimões apresenta um nível de -2,19 metros, conforme dados coletados no último sábado (28).

A Defesa Civil local informa que, ao longo do último mês, o rio tem registrado uma diminuição média de 5 centímetros por dia. Além disso, evidencia a pior seca da história da cidade.

Coari, na região do Médio Amazonas, também enfrenta dificuldades. O nível do rio, atualizado em 17 de setembro, indica 1,54 metros.

Em contrapartida, em Parintins, no Baixo Amazonas, o Rio Amazonas apresenta uma medida de -1,95 metro, um indicativo de crise na região, de acordo com a análise estadual.

Já Itacoatiara enfrenta uma situação semelhante, com o Rio Amazonas em 1,97 metro. A cidade recebeu um porto flutuante. Isso facilitará a transferência de mercadorias de navios cargueiros que atendem o Polo Industrial de Manaus para balsas que ainda conseguem operar na capital amazonense.

Por fim, em Humaitá, o Rio Madeira registra um nível de 8,08 metros, com uma média de queda de 4 centímetros por dia. O cenário atual exige atenção e medidas urgentes para mitigar os impactos da seca na região.

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*Com informações do G1

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