O nível do Rio Negro em Manaus está próximo de atingir a marca histórica de seca registrada em 2023. Na manhã desta quinta-feira (3), a medição indicou 12,77 metros, apenas 7 centímetros acima da cota mínima de 12,70 metros, monitorada nos últimos 121 anos.
Caso a tendência se mantenha, a seca do Rio Negro, prevista para esta sexta-feira (4), poderá se tornar a maior da história.
Ademais, a capital amazonense enfrenta uma situação de emergência em decorrência da estiagem. A praia da Ponta Negra, um dos principais pontos turísticos da cidade, foi fechada para banho devido ao baixo nível das águas.
Alerta de seca severa no Amazonas
O governo do estado do Amazonas lançou um alerta sobre a possibilidade de uma estiagem severa. A condição pode superar a gravidade da seca do ano passado.
De acordo com um relatório recente do Serviço Geológico do Brasil (SGB), publicado no último sábado (28), é possível que o nível do Rio Negro fique abaixo de 12 metros pela primeira vez na história.
Essa queda no nível do rio também impacta a visibilidade do Encontro das Águas, um fenômeno natural que ocorre quando as águas escuras do Rio Negro se encontram com as águas turvas do Rio Solimões.
Seca de 2024 afeta mais de 747 mil pessoas
A seca que assola o Amazonas em 2024 afeta 747.642 pessoas, conforme boletim da Defesa Civil divulgado na última segunda-feira (30).
O relatório revela que a estiagem afeta 186 mil famílias, um aumento em relação a 2023, quando cerca de 633 mil pessoas de 158 mil famílias enfrentaram dificuldades. A severidade da seca compromete a situação de todos os rios do estado.
Rio Solimões registra nível histórico baixo
O Rio Solimões, um dos principais afluentes do Amazonas, atingiu, na segunda-feira (30), seu nível mais baixo já registrado, em meio à severa estiagem que afeta a região amazônica.
A situação gera preocupação entre os moradores, pois várias comunidades ribeirinhas enfrentam dificuldades de acesso a alimentos, água e transporte.
Em Manacapuru, situada a aproximadamente 100 km de Manaus, a profundidade do rio foi medida em apenas 3 metros. Esse valor representa uma queda de 11 cm em relação ao recorde anterior, que ocorreu em 25 de outubro de 2023.
Com quase um mês até a chegada das chuvas, especialistas temem que o nível do Solimões, que se origina nos Andes peruanos, continue a diminuir nas próximas semanas.
Por fim, essa redução agravaria ainda mais a crise enfrentada pelas comunidades ribeirinhas. As famílias estão isoladas e lutam contra a falta de transporte em águas rasas. Além disso, enfrentam a escassez de suprimentos essenciais.
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