Após atingir uma seca histórica, o nível do Rio Negro permanece inalterado, sem apresentar queda por dois dias consecutivos. Na última quarta-feira (9), o rio registrou um nível de 12,11 m, e desde então a altura das águas se mantém estável, de acordo com as medições do Porto de Manaus.

O nível do Rio Negro em Manaus apresenta uma estabilização após mais de 100 dias seguidos de descida das águas. Em 3 de outubro, o rio atingiu a marca de 12,68 metros e superou o recorde do nível mais baixo já registrado.

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) informou que essa situação configura a pior seca da história de Manaus pelo segundo ano consecutivo.

Embora o nível atual esteja estável, ele permanece significativamente inferior ao registrado na mesma data do ano anterior, quando o rio alcançou 14,29 metros, mais de dois metros acima do nível atual.

De acordo com as previsões do SGB, as águas do Rio Negro devem continuar a recuar, com possibilidade de atingir níveis abaixo dos 12 metros. A combinação do tempo seco e da falta de chuvas regulares contribui para agravar a situação.

Ranking das menores cotas do Rio Negro

  • 12,11 m em 11 de outubro;
  • 12,70 m em 2023;
  • 13,63 m em 2010; e
  • 13,64 m em 1963.

Seca no Amazonas

Neste ano, a descida dos rios no Amazonas ocorreu antes do previsto. Em Manaus, a seca teve início em 17 de junho, com variações até o dia 28, quando a queda no nível das águas se tornou contínua.

Normalmente, o fenômeno se manifesta entre a última semana de junho e as primeiras semanas de julho. A rápida redução do nível dos rios gerou apreensão entre as autoridades, o que levou à adoção de ações preventivas.

Em decorrência da estiagem, a Prefeitura de Manaus declarou estado de emergência por 180 dias e fechou a Praia da Ponta Negra, após o rio atingir a cota de segurança mínima de 16 metros.

O fenômeno também resultou no isolamento de comunidades e dificultou a navegação. A condição impacta o escoamento da produção nas indústrias do Polo Industrial.

Com isso, os navios cargueiros não atracam mais na cidade, não transferem suas cargas para embarcações menores, que têm um calado mais raso, para atender à demanda industrial em Manaus.