A seca do rio Amazonas revelou um objeto histórico encontrado, na quinta-feira (10), nas proximidades do porto de Itacoatiara. O material arqueológico pode se tratar de um ‘amuleto’, mas ainda será analisado por especialistas.
Os amigos, Kamily Cabral e Ney Xavier, encontraram o objeto histórico após passeio embaixo da estrutura do cais (porto), na beira do rio Amazonas esvaziado pela estiagem.
“Nossa, fiquei maluca quando achei! Havia um pesquisador ali por perto quando encontramos o objeto e ele disse que esse material era indígena, que isso eu já sabia”, relembra a videomaker, Kamily Cabral.
Segundo o fotojornalista Ney Xavier, quando os rios secam no período da vazante, o porto de Itacoatiara se transforma em uma espécie de sítio arqueológico da cidade amazonense.
“Nós saímos do trabalho e fomos olhar ali onde o rio está bem seco, justamente, atrás de encontrar alguma coisa. Ali é um sítio histórico e entre os achados, tiveram algumas cerâmicas e um pedaço de porcelana holandês”, contou Ney.
Veja o objeto histórico no porto de Itacoatiara:
Historiadores analisam material arqueológico
O Portal Norte consultou historiadores para entender do que se trata o objeto histórico, em qual período de tempo foi utilizado e de que maneira teria sido aplicado no contexto dos povos que habitavam naquela região.
Para o historiador Otoni Mesquita, o material é arqueológico e para precisar a data, deve ser levado em consideração a variação de povos e tradições em diferentes épocas.
“Como esses povos eram nômades, eles vinham do alto rio Negro e desciam até a foz do Amazonas. Muitas vezes, essas populações voltavam a ocupar espaços que eram de outros povos e misturavam as tradições”, comenta Otoni.
Numa análise rápida por imagem e vídeo, o historiador Aguinaldo Figueiredo disse que, a priori, pode se tratar de um tipo de ‘amuleto’. Entretanto, ele pretende fazer uma consulta mais detalhada do material junto com outros pesquisadores.
Seca do rio Amazonas afeta Itacoatiara
De acordo com Kamily que encontrou o material, essa é uma das secas mais severas. Criada no centro de Itacoatiara, a videomaker nunca tinha visto o rio Amazonas ficar extremamente vazio nas proximidades do porto municipal.
“Quando eu era menor, morávamos numa casa ali nas proximidades (porto) e sempre que a água do rio ia baixando, eu encontrava moedas antigas, que tenho guardadas até hoje. Mas, nunca tinha visto assim tão seco”, comenta.
Por enquanto, o objeto histórico está na estante da casa de Kamily e será avaliado por especialistas nos próximos dias.