Após 11 dias de aumento, o nível do Rio Negro começou a recuar, em um fenômeno denominado “repiquete”. De acordo com medições do Porto de Manaus, a profundidade do rio é agora de 12,46 metros.

O rio havia atingido seu nível mais baixo em 9 de outubro, com 12,11 metros, e experimentou uma elevação de 39 centímetros entre 13 e 23 de outubro.

No entanto, entre quinta e sexta-feira (24 e 25), o nível caiu quatro centímetros, evidenciando que a seca persiste e que os níveis ainda estão bem abaixo do normal para a época do ano.

A superintendente regional de Manaus do Serviço Geológico do Brasil, Jussara Cury, destacou no início da semana que essas oscilações fazem parte do processo de vazante. Neste mês, o Rio Negro alcançou a menor marca registrada nos últimos 122 anos.

O que é ‘repiquete’?

Na Amazônia, o repiquete é caracterizado por uma elevação súbita e temporária do nível de um rio, após um período de estabilização ou leve queda. O fenômeno ocorre, geralmente, durante a estação chuvosa, quando chuvas isoladas e intensas provocam um novo aumento no volume das águas.

A principal causa do fenômeno são as chuvas fortes e concentradas em áreas de cabeceira dos rios. Essa grande quantidade de água que chega rapidamente ao rio faz com que seu nível suba de forma brusca.

Em contrapartida, outro aspecto a ser destacado é o repiquete observado na seca do Rio Negro de 2023. Após 12 dias de subida, o rio experimentou uma queda abrupta em seu nível, que iniciou em 8 de novembro, quando a cota foi de 13,22 m no dia anterior, caindo para 13,20 m.

Por fim, o processo de descida durou nove dias, até que o nível chegou a 12,96 m em 16 de novembro, o que sinalizou o início da enchente.

Seca histórica do Rio Negro

Antes do atual recorde, de 2024, considerava-se a pior seca dos rios amazônicos a de 2023. No ano passado, o Rio Negro chegou a 12,70 metros no dia 26 de outubro. Por outro lado, a atual seca quebrou o recorde com muitos dias de antecedência, no dia 4 de outubro.

Cinco dias depois, as águas escuras desceram até atingir a pior marca da história, os 12,11 metros. Apesar do cenário crítico de estiagem, tudo indica que a recuperação em 2024 seja mais rápida do que em 2023.