Após 11 dias de subida, o nível das águas do Rio Negro continua a apresentar uma tendência de queda, marcando o quarto dia consecutivo de redução, em um fenômeno denominado “repiquete”. De acordo com medições do Porto de Manaus, a profundidade do rio nesta segunda-feira (28) é de 12,29 metros.
O rio havia atingido seu nível mais baixo em 9 de outubro, com 12,11 metros, e experimentou uma elevação de 39 centímetros entre 13 e 23 de outubro.
No entanto, entre quinta e esta segunda-feira (24 e 28), o nível caiu 21 centímetros, o que evidencia que a seca persiste e que os níveis ainda estão bem abaixo do normal para a época do ano.
A superintendente regional de Manaus do Serviço Geológico do Brasil, Jussara Cury, destacou na semana passada que essas oscilações fazem parte do processo de vazante. Neste mês, o Rio Negro alcançou a menor marca registrada nos últimos 122 anos.
O que é ‘repiquete’?
Na Amazônia, o repiquete é caracterizado por uma elevação súbita e temporária do nível de um rio, após um período de estabilização ou leve queda. O fenômeno ocorre, geralmente, durante a estação chuvosa, quando chuvas isoladas e intensas provocam um novo aumento no volume das águas.
A principal causa do fenômeno são as chuvas fortes e concentradas em áreas de cabeceira dos rios. Essa grande quantidade de água que chega rapidamente ao rio faz com que seu nível suba de forma brusca.
Em contrapartida, deve-se destacar o repiquete observado na seca de 2023. Após 12 dias de subida, o rio Negro experimentou uma queda abrupta em seu nível, que iniciou em 8 de novembro, quando a cota foi de 13,22 m no dia anterior, caindo para 13,20 m.
Por fim, o processo de descida durou nove dias. Até que o nível chegou a 12,96 m em 16 de novembro. Isso sinalizou o início da enchente.