Uma equipe do Governo do Tocantins realizou, no sábado (4), uma visita à cidade de Lavandeira para investigar denúncias de crime ambiental em uma área nas Serras Gerais, região sudeste do Tocantins, na divisa com o estado da Bahia. 

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O governo estadual cobrou ações imediatas para avaliar a extensão dos danos ambientais e buscar uma solução rápida para o problema, inclusive com a identificação e punição dos culpados.

A denúncia é de que crateras enormes estão surgindo em diversos pontos das Serras Gerais, junto com descartes de embalagens de agrotóxicos, adubos e até pneus velhos, indo de encontro às nascentes da bacia do Rio Palma, entre os municípios de Taguatinga, Aurora e Lavandeira.

Os órgãos ambientais baianos e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já foram acionados pelo Governo do Tocantins.

A equipe foi liderada pelo secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Marcelo Lelis, juntamente com o presidente do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Renato Jayme.

Impacto ambiental

Na ocasião, o grupo sobrevoou as áreas da cabeceira do Rio Palma entre os municípios de Aurora do Tocantins e o Riacho Bartolomeu, afluente da bacia do Rio Palma na região do Mosquito.

O secretário da Semarh pontuou as medidas que serão tomadas com a identificação dos danos existentes na região.

“Identificamos realmente a proximidade da lavoura onde houve a grande erosão, e a existência de descarte de embalagens de agrotóxicos e de pneus.”

O secretário destacou que o próximo passo é aguardar o relatório do Naturatins com as coordenadas e informações técnicas.

A equipe pretende entregar o relatório para o presidente do Ibama e também à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no próximo dia 14 em Brasília.

Problema reincidente

Renato Jayme, presidente do Naturatins, afirma que o principal foco do instituto é identificar onde está a causa do problema e se o mesmo é reincidente.

O relatório trará informações sobre a questão do impacto na qualidade da água, os resíduos e demais evidências.

O secretário antecipa que as equipes constataram que o código florestal está sendo desrespeitado.

Isso porque o código florestal vigente estabelece uma distância de 100 metros entre propriedades privadas e as áreas de preservação permanentes em bordas, chapadas e tabuleiros.

As autoridades também ouviram moradores locais, representantes da sociedade civil e profissionais da área ambiental para entender melhor a gravidade da situação e discutir possíveis medidas de prevenção e remediação.

Famílias afetadas

O prefeito de Lavandeira, Roberto Cesar, pontuou a maior preocupação das famílias que residem próximo ao local antigo é um futuro desastre ambiental.

Conforme o prefeito, caso a degradação continue cerca de 30 famílias serão afetadas.

O presidente da ONG Voz Ambiental, Bernardino Rodrigues, um dos responsáveis por realizar a denúncia, relatou que a principal preocupação é com a comunidade ribeirinha que vive próximo à área afetada.

“Tem famílias na região, próximo a principal erosão, e nossa preocupação é a qualidade da água, pois os agrotóxicos escorrem para as nascentes.”

Ecoturismo em perigo

A região das Serras Gerais é um destino ecoturístico conhecido no Tocantins.

A atividade pode acabar prejudicada devido à possível contaminação dos mananciais, que são afluentes do Rio Tocantins, um dos principais do estado.

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