Um estudante de 17 anos foi apreendido com dois simulacros de arma de fogo na tarde de terça-feira (7), no Centro de Ensino Médio Tiradentes em Palmas.
Segundo a Polícia Militar as armas estavam carregadas e municiadas.
+ Envie esta notícia no seu Whatsapp
+ Envie esta notícia no seu Telegram
Inicialmente a denúncia era de que um dos alunos estaria de posse de uma faca.
Entretanto, ao chegarem na escola perceberam que a situação era ainda mais grave, pois a real suspeita era de que o adolescente portava uma arma de fogo.
Logo no início das buscas na sala de aula indicada, o aluno E. T. C. F. de 17 anos de idade se destacou dos demais pela inquietação.
Ele se recusava a obedecer aos comandos policiais para continuar sentado e precisou ser tranquilizado por meio de verbalização policial.
Em sua mochila foram encontradas duas pistolas de ware soft de cor preta (réplicas de Glock e Beretta/ Taurus PT) com carregadores e municiada com esferas de plástico.
Em decorrência disso, foi requisitada a presença do responsável pelo menor na escola e após sua chegada ambos foram encaminhados a 1ª Central de Atendimento da Polícia Civil (1ª CAPC) para serem apresentados à autoridade policial.
Em nota a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que embora o porte de simulacro de arma de fogo não seja crime e, consequentemente, não configure ato infracional, o adolescente foi ouvido em companhia dos responsáveis e as armas falsas foram apreendidas.
“A Seduc enfatiza que o estudante recebeu o atendimento da equipe multiprofissional da unidade escolar, conforme os direcionamentos e protocolos da rede estadual de ensino, e que o educando continuará sendo acompanhando pela equipe multiprofissional.”
Violência armada nas escolas
De janeiro a novembro deste ano já foram relatados cinco casos de apreensão de armas brancas e simulacros de armas de fogo em escolas do Tocantins. As infrações estão ligadas a uso de drogas e ameaças de atentado às instituições.
Esse dado alarmante está infelizmente alinhado ao panamorama nacional.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, um em cada três ataques violentos já registrados em escolas brasileiras aconteceu no ano de 2023.
De 2002 a 2022 foram consumadas ao menos 16 ocorrências dessa natureza no país.
Os autores apontam “discursos de ódio, bullying, racismo, misoginia, intolerância étnica ou religiosa” como motivadores majoritários para casos desse tipo.
O bullying, por exemplo, é apontado como um dos principais problemas enfrentados nas escolas brasileiras.
Conforme o sociólogo Cauê Martins, responsável pelo relatório, tais percentuais confirmam e reforçam a centralidade do problema e demonstram que segurança pública não pode ser vista apenas sob a ótica policial.
“O problema não é externo às escolas. Elas estão inseridas nas lógicas comunitárias dos territórios onde estão localizadas, mas também são vetores de situações que podem gerar agravamento do quadro de violência”, afirma o relatório.
RELACIONADAS
+ Escola é investigada após viral de aluno com simulacro em festa no Acre
+ Lula sanciona sistema para monitorar ocorrências de violência escolar
+ Operação contra violência nas escolas cumpre mandados em cinco estados