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Cemitério quilombola é reconhecido como Sítio Arqueológico no Tocantins

Cemitério quilombola é reconhecido como Sítio Arqueológico no Tocantins

Lápides eram feitas à mão pela Comunidade Quilombola do Rio Preto - Foto: Manoel Jr. /Governo do Tocantins

Na segunda-feira (13), o cemitério Campo Santo do Bom Jardim, pertencente à Comunidade Quilombola Rio Preto em Lagoa do Tocantins, recebeu oficialmente o título de sítio arqueológico histórico, tornando-se uma área sob a proteção da União.

A homologação foi realizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), atendendo à demanda da Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais do Tocantins (Sepot).

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O reconhecimento marca um momento significativo para o Tocantins, valorizando tanto o patrimônio material quanto imaterial da região.

Narubia Werreria, gestora da Sepot, destacou a importância do reconhecimento.

“É a valorização do nosso bem cultural, a nossa identidade, quem nós somos. É muita emoção para nós fazermos parte desse reconhecimento, juntamente com o Iphan”, contou.

O arqueólogo do Iphan, Rômulo Macêdo Barreto de Negreiros, responsável pelo relatório técnico, explicou que o Campo Santo do Bom Jardim destaca-se pela variedade de lápides, refletindo as relações sociais dos quilombolas ao longo dos últimos cem anos.

Com a homologação, o cemitério agora é considerado Patrimônio Cultural Brasileiro, protegido pela Lei nº 3924/1961.

“O reconhecimento enquanto sítio arqueológico assegura ainda o desenvolvimento de ações voltadas para a proteção e promoção do bem, e qualquer dano será considerado crime ambiental, passível de multa e detenção”, destacou.

Histórico e Descoberta

Diante das ameaças à Comunidade Quilombola do Rio Preto, a Sepot agiu para afastar as ameaças.

Durante visitas à comunidade, Lorayne Ferreira, especialista em georreferenciamento da Sepot, descobriu o cemitério centenário.

A precisão das lápides e a arte cuidadosa foram fundamentais para o pedido de reconhecimento, que agora se concretiza.

Utilizando técnicas arqueológicas, Rômulo Macêdo Barreto de Negreiros observou a variedade de técnicas construtivas utilizadas ao longo do tempo para fazer as sepulturas, destacando a centenária datação das lápides, algumas remontando a 1919.

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