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Tocantins cai para a 7ª posição no ranking nacional de queimadas

Tocantins cai para a 7ª posição no ranking nacional de queimadas

Defesa Civil Estadual aponta queda nas ocorrências de incêndio - Foto: Divulgação CBMTO

O Tocantins reduziu 40% da área queimada e 25% dos focos de calor, caindo para a sétima posição no ranking nacional de queimadas em 2023.

Dados fazem parte do relatório da Defesa Civil Estadual apresentado nesta quarta-feira (22).

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O relatório traz os resultados das ações de prevenção do Corpo de Bombeiros Militar (CBMTO), ações de controle e combate às queimadas e incêndios florestais, além das ações de fiscalização realizadas ao longo do ano. 

As atividades iniciaram em março de 2023, com a reunião de abertura e aprovação do plano de ação e se estenderam até o final do período de estiagem, quando inicia o período de chuvas, e cessam as ocorrências de incêndios florestais.

As ações foram distribuídas em quatro fases distintas: prevenção, preparação, mitigação e resposta.

O relatório explica que essas fases podem ocorrer ações concomitantes, tanto que as últimas visitas do Foco no Fogo ocorreram quando já havia combates sendo realizados.

De janeiro a outubro foram realizadas 2.251 ações de combate a incêndios no Tocantins.

O quantitativo inclui incêndios florestais e urbanos. Palmas concentra o maior número de casos, com 434 intervenções, seguida por Araguaína e Gurupi com 306 e 235 casos de incêndio relatados, respectivamente.

Na zona rural os incêndios ocorrem em áreas de difícil acesso e em regiões de fácil propagação, levando a situações de combates que podem estender-se por longos períodos, num único incêndio florestal.

Focos ativos de Incêndio no Tocantins apresentam queda – Fonte: INPE

Em 2023 o total de ocorrências atendidas pelo Naturatins chegou a 156, valor inferior ao ano anterior em que foram realizados 249 atendimentos.

Uma possível explicação, segundo o relatório, pode ser o aumento das queimas prescritas.

Ou seja, a utilização do fogo para ações de mitigação, que contribuem para menos danos e prejuízos, no período de estiagem.

Cerrado em foco

Bombeiros militares combatem incêndio florestal em Natividade, Sudeste do Tocantins – Foto: Divulgação CBMTO

O Cerrado é o segundo maior bioma do Brasil, ocupando aproximadamente 25% do território nacional, com uma rica diversidade de espécies e papel importante na oferta de água e no combate à mudança climática.

Conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mais de 80% do desmate do Cerrado está concentrado nos estados do chamado Matopiba: Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

A Bahia é a campeã, concentrando 28,9% da área devastada em todo o Cerrado.

O Matopiba é uma região conhecida como a nova fronteira agrícola do Brasil, pelos saltos na produção que registrou nas décadas recentes.

Apesar do otimismo quanto à queda de queimadas no Tocantins, os dados no Cerrado preocupam governo e sociedade civil.

O governo do estado estabeleu um comitê exclusivamente para tratar da prevenção de incêndios.

O Comitê Estadual de Prevenção e Controle às Queimadas e Combate aos Incêndios Florestais contou com 28 instituições, com a sua Coordenação Geral feita pelo Comando de Ações de Defesa Civil (Codec).

Mulheres indígenas brigadistas

Mulheres da Brigada Feminina do Povo Xerente com os equipamentos para atuação no território – Foto: Manoel Júnior/Governo do Tocantins

Integrando os esforços para reduzir os focos de queimadas no Tocantins, mulheres indígenas que atuam na Associação de Brigadistas Xerente (Abix) receberam na última sexta-feira (17) uma série de equipamentos para os trabalhos da brigada voluntária feminina de prevenção e combate aos incêndios florestais.

A Brigada Voluntária Feminina do Povo Xerente é pioneira no Brasil e se concretizou com a formação de uma equipe de 29 mulheres brigadistas em agosto de 2021.

O foco de trabalho das brigadistas da Aldeia Cachoeirinha, do povo Xerente são as queimas prescritas e educação ambiental comunitária na região do município de Tocantínia.

As terras indígenas enfrentam riscos significativos de incêndios devido às condições climáticas e ações humanas, afetando a comunidade e a biodiversidade.

O projeto busca preservar o território, realizar queimas prescritas e promover a educação ambiental nas aldeias, com ênfase no papel crucial das mulheres.

A coordenadora do projeto, Ana Shelley Rodrigues Barboza Xerente, relatou que este ano alcançaram mais de 70 aldeias, envolvendo anciãos, crianças, adolescentes e mães.

Além da atuação em focos de incêndio, o trabalho voluntário objetiva prevenir novas queimadas por meio da educação ambiental de pessoas da comunidade.

“Nossa alegria é imensa quando visitamos as aldeias e percebemos o impacto positivo em crianças que sonham em ser brigadistas quando crescerem. Também desenvolvemos um calendário tradicional, com nomes de anciões e informações sobre o tempo adequado para queimar, visando preservar nosso território”, comenta Ana Shelley.

A Secretarias de Povos Originários e Tradicionais (Sepot), Narubia Werreria, expressou gratidão às brigadistas, afirmando que, mesmo com recursos limitados, nunca deixaram de buscar oportunidades para o seu povo.

“Muitas outras mulheres indígenas no Brasil podem se sentir inspiradas por vocês. Estou muito feliz porque estamos onde queremos estar, seja na educação ambiental ou no combate ao fogo”, afirma Narubia.

O projeto tem o apoio do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Todas as ações realizadas, separadamente ou em conjunto, visam a prevenção, preparação, mitigação e resposta aos incêndios florestais e queimadas ilegais no Tocantins.

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