Pelo menos onze cidades do Tocantins entraram em situação de emergência. Em Talismã, no sul do estado, as lavouras de soja não se desenvolveram, e as chuvas no final do ano passado e início deste ano não foram suficientes para promover o crescimento da planta.
Os efeitos da estiagem que afetam o sul do Tocantins estão causando prejuízos significativos aos produtores rurais, que agora precisam replantar o que foi perdido. Em algumas lavouras de soja, o replantio foi realizado há mais de um mês.
Segundo João Carlos Lopes, representante da Defesa Civil de Talismã, os produtores estimam as perdas em mais de 70% e temem que o volume de chuva continue baixo até a colheita prevista para o próximo mês.
“Nós temos produtores de soja que plantaram uma vez, perderam na segunda e na terceira tentativa. E há produtores que já não têm mais condições de arcar com os custos da agricultura, pois não possuem mais recursos financeiros”, ressaltou João Carlos Lopes.
A situação de emergência decretada pelo governo do estado permitirá melhores condições de negociação com os bancos para os prejudicados, além de fornecer água com prioridade aos municípios afetados.
O objetivo é evitar mais perdas, principalmente na pecuária, onde animais morreram de fome e sede.
O doutor em recursos hídricos e pesquisador da Universidade Federal do Tocantins, Jair da Costa, atribui a baixa quantidade de chuva no estado ao fenômeno “El Niño”, que também afeta outras regiões do Brasil.
“Essa chuva que deixou de cair em outubro, novembro e dezembro não recarregou os lençóis freáticos e a água subterrânea. Isso resultará em situações difíceis nos rios no final do período seco”, explicou Jair da Costa.