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Agosto dourado: nutricionista fala sobre amamentação para bebê prematuro

José Bento nasceu de 34 semanas - Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

José Bento nasceu de 34 semanas - Foto: Divulgação/Arquivo pessoal

Durante este mês de agosto, a campanha Agosto Dourado reforça a importância do aleitamento materno. Em casos de bebês prematuros, o desafio da amamentação pode ser ainda maior. Por isso a nutricionista materno infantil, Walkíria Pinheiro, trouxe para o Portal Norte, algumas orientações para que a mãe vença esses obstáculos e não desista.

“Quando um bebê nasce prematuro, a primeira coisa que a gente tem que pensar é de facilitar o máximo possível a presença da mãe junto a esse bebê. Além disso, a gente precisa estimular para que essa mãe inicie, precocemente, o mais rápido possível, a estimulação da produção de leite. Então, ela vai começar a fazer massagem no peito e tentar ordenhar o que ela conseguir. As gotinhas já são suficientes para começar a estimular essa produção. Depois disso, a equipe que está acompanhando esse bebê, a fonoaudióloga, ela vai avaliar como é que está a questão da sucção desse bebê, a respiração e a deglutição”, detalhou Walkíria Pinheiro.

Esse foi o caso da Jéssika Larissa. O filho, José Bento, nasceu prematuro e precisou ficar internado na UTI. Como o bebê ainda não estava com a respiração, deglutição e sucção da forma adequada, ele não conseguiu pegar o peito nos primeiros dias de vida.

“De início ele foi alimentado por uma sonda mesmo, que ia direto para o estômago e fórmula nos primeiros três ou quatro dias. Eu também ficava com ele na UTI alguns períodos do dia. Como no início o José Bento não podia mamar, então eu só tirava o leite. Aí quando dava para ele, eu colocava numa seringa. Invés das enfermeiras darem fórmula, alimentavam ele com o meu leite. Assim foram os primeiros dias”, comentou a advogada Jéssika Larissa.

A nutricionista destacou que assim como foi o caso desta mãe, os casos de UTI podem ser ainda mais delicados. Por isso, precisam de apoio e persistência para manter a amamentação exclusiva.

“Os desafios que a mãe pode encontrar num bebê prematuro é esse bebê aprender como é que mama no peito, como é que faz a pega correta, é a mãe conseguir manter uma boa produção de leite para mandar para o seu bebê, dependendo do tempo que esse bebê estiver internado. Conseguir manter esse bebê em aleitamento materno exclusivo, porque o leite materno para esse bebê é mais importante ainda por ser rico em anticorpos. E outro desafio também é o cansaço, vencer o cansaço, porque não é fácil ter um bebê internado na UTI, dependendo da prematuridade. Então se esse bebê vai precisar de UTI, então essa mãe precisa de uma rede de apoio para conseguir lidar com toda essa logística”, destacou Walkíria Pinheiro.

Porque não desistir da amamentação

Reforçando a importância dos benefícios do aleitamento materno para o bebê, a nutricionista materno infantil pontuou.

“O conselho que eu daria para uma mãe de bebê prematuro é que insista com a amamentação, não desista de amamentar porque são inúmeros benefícios, principalmente para esse bebê prematuro, além dos anticorpos que vão proteger esse bebê de muitas doenças, o desenvolvimento orofacial desse bebê, a prevenção de alergias, são muitos benefícios para a gente desistir”, afirmou a nutricionista.

A Walkíria destacou ainda que as mães podem buscar ajuda no Banco de Leite Humano do Hospital e Maternidade Dona Regina. Além da rede de apoio da mãe, que pode ajudar dividindo as tarefas, por exemplo.

“Nem sempre é fácil para um bebê que nasce no tempo certo, imagina para o prematuro. Então, se precisar de fonoaudióloga, tem que procurar fonoaudióloga para coordenar essa sucção e deglutição. Então, é buscar ajuda para não desistir”, finalizou a nutricionista.

Conquista da amamentação exclusiva

A advogada Jéssika Larissa relatou ao Portal Norte que hoje o filho consegue mamar e já conquistou o peso necessário. Mas foi preciso persistência e estratégia com ajuda profissional para chegar até aqui.

“Ainda no hospital, as enfermeiras me ajudaram. Elas perceberam que como o bico do meu peito era plano e a boquinha dele era muito pequena, não conseguia abarcar tudo. Então elas me falaram pra eu levar um bico de silicone, que é tipo um protetor e que assim ele iria conseguir sugar” relatou Larissa.

A mãe de José Bento, dois meses, comentou ainda que após a alta, já com ajuda de uma pediatra, recebeu a orientação de evitar a chupeta e sempre ofertar o peito, para assim estimular ainda mais a amamentação.

“Como tanto a pediatra, quanto a enfermeira que atende ele falou que resolve, então eu preferi manter assim, só com o bico de silicone. Então ele mama, mas tem essa ajuda, e graças a Deus a gente tá conseguindo amamentar. Ele tá pegando um peso bom, tá ficando gordinho”, comemorou a mãe.

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