O principal suspeito de homicídio contra o próprio tio, foi preso em Sítio Novo do Tocantins. O crime aconteceu no início do ano de 2022 e a prisão do homem de 34 anos, com iniciais J.O.C., se deu por meio de uma ação conjunta da 52ª Delegacia de Santa Maria do Tocantins e policiais da 15ª Delegacia de Sítio Novo, na última quarta-feira (24).

De acordo com o delegado da 52ª DP, José Antônio da Silva Gomes, os policiais cumpriram mandado de prisão preventiva, expedido pelo juiz da Comarca de Pedro Afonso.

José Antônio informou ainda que os familiares informaram que a vítima, que tinha 71 anos e morava sozinha em sua fazenda na zona rural de Santa Maria, não foi mais visto e deixou de manter contato. Diante da situação, o caso começou a ser investigado.

“De imediato foi instaurado um procedimento investigativo a fim de encontrar o paradeiro do idoso, que gozava de boa saúde física e desapareceu subitamente”, afirmou o delegado.

A investigação

Durante as investigações, a equipe da 52ª DP apurou que o idoso, que estava desaparecido, teria firmado um contrato de compra e venda com seu sobrinho J.O.C. O objetivo seria a venda de dois alqueires de sua propriedade rural, no valor de R$ 33,5 mil.

Além disso, o suposto contrato firmado entre a vítima e o autor, tinha traços de flagrante ilegalidade e que teria sido firmado só pelo J.O.C., com a intenção de fazer parecer legal o negócio jurídico que, na verdade, nunca foi celebrado com a vítima.

Existe ainda a suspeita de que enquanto o sobrinho criava o documento, a vítima já estaria morta. Por isso, o delegado José Antônio representou pela prisão preventiva do investigado. A suspeita é de que ele tenha falsificado documentos e criado um enredo para tentar se sair de dívidas passadas, frutos de empréstimos pessoais que tinha com o tio.

Fora a intenção de ficar com parte da fazenda da vítima, que depois foi vendida pelo sobrinho para um terceiro.

Sobrinho confessa crime

Após a prisão em Sítio Novo do Tocantins, J.O.C. foi levado para Santa Maria do Tocantins e lá, ele confessou o crime. Além disso, apontou aos policiais o local exato onde tinha enterrado o corpo do tio.

A vítima foi enterrada em sua própria fazenda e as equipes da Polícia Civil e da perícia foi foram até o local, onde coletaram material genético e resíduos de tecido humano. O material foi levado para o Núcleo de Antropologia Forense do Núcleo de Medicina Legal de Palmas, onde será periciado, para que a PC do Tocantins possa identificar como sendo da vítima.

O suspeito foi recolhido para a Unidade Penal Regional de Guaraí. Agora, as investigações seguem na fase final e após os exames periciais, o delegado dará conclusão no inquérito.

“Nota-se que as investigações da Polícia Civil revelam que o crime foi cometido com o único intuito de auferir lucro, e que o autor não teve a menor compaixão de seu tio, que era pessoa idosa. A conduta de J.O.C. evidencia a torpeza, ganância, elementos de enorme reprovabilidade social e denota que o autor arquitetou a morte do tio, forjou um contrato de compra e venda de sua terra para depois vendê-la, e ainda, agia de forma natural com os demais familiares”, frisou o delegado.