Aperto forte no peito e dor se espalhando para o braço esquerdo pode ser sinal de ataque cardíaco. Popularmente conhecido como infarto, esse tipo de situação deve ser atendida imediatamente por um médico. Por isso, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), é o local adequado.

Em Araguaína, a UPA atendeu 242 pacientes com ataque cardíaco em 2023. Foram 144 homens e 92 mulheres. Já em 2024, entre janeiro e outubro, foram realizados 139 atendimentos de infarto. Foram 74 homens e 65 mulheres.

“O infarto acontece quando uma artéria coronária, que leva sangue ao coração, é bloqueada”, explica Jullyanna Alves, médica e diretora técnica da UPA de Araguaína.

“Esse bloqueio geralmente é causado pelo acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes dessas artérias, um processo conhecido como aterosclerose”, acrescenta.

O Ministério da Saúde aponta que o infarto é uma das principais causas de morte no Brasil.

O que é ataque cardíaco?

Quando uma placa se rompe, é formado um coágulo no local e isso pode obstruir parcial ou totalmente a passagem do sangue. As células que estão sem oxigênio, na região do coração que foi afetada, começam a morrer em pouco minutos. É esse processo que pode causar danos permanentes ao músculo cardíaco e reduz a capacidade de bombear sangue para o resto do corpo.

O impacto no funcionamento do coração depende do tamanho do infarto e o local onde ele acontece. Os infartos maiores ou que atingem áreas críticas podem acarretar complicações graves. Entre elas a insuficiência cardíaca ou arritmias, que são os batimentos cardíacos irregulares.

“O tempo é um fator crucial durante um infarto. Quanto mais rápido o atendimento médico, maiores as chances de salvar o músculo cardíaco e evitar sequelas. Por isso, ao perceber os sinais e sintomas de um infarto, é necessário procurar a UPA com urgência”, alerta a médica.

Saiba como descartar um possível infarto

Os principais sintomas são:

  • dor ou aperto no peito (que pode irradiar para os braços, pescoço ou costas)
  • falta de ar;
  • suor frio;
  • tontura;
  • náuseas,
  • cansaço extremo.

Já nas mulheres, os sintomas podem ser diferentes, sentindo ainda dores nas costas ou na mandíbula e cansaço incomum.

“Quando um paciente chega à UPA com suspeita de infarto, iniciamos nosso protocolo de dor torácica. O objetivo é termos um diagnóstico precoce dos eventos isquêmicos coronarianos, dos infartos e das arritmias graves. Assim que o paciente chega na unidade se queixando de dor no peito, o enfermeiro já leva ele para fazer o eletrocardiograma (ECG)”, destaca a diretora da UPA.

O resultado desse exame sai em 10 minutos e por meio de telemedicina, um médico cardiologista do Hospital Beneficência Portuguesa, de São Paulo, dá orientações ao médico da UPA de Araguaína.

A depender de alguns sinais, sintomas e do resultado do eletrocardiograma, o paciente é atendido na sala vermelha da unidade. Dependendo da urgência, esse atendimento é feito até mesmo na porta.

“No caso de infarto agudo do miocárdio, a equipe consegue encaminhar esse paciente para fazer o cateterismo em até 90 minutos, que é o ‘tempo porta’ desse procedimento, ou seja, o tempo entre a chegada do paciente à unidade e a realização de uma intervenção médica decisiva”, explica a Jullyanna.

O encaminhamento do paciente para a sala vermelha, vai depender do tipo de infarto ou arritmia grave, conforme o resultado da ECG, além da condição do mesmo.

“Nosso protocolo já vem com as medicações necessárias para tratar o paciente de acordo com o que ele precisa. Também contamos com a orientação remota do cardiologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo”, pontua a diretora técnica da UPA de Araguaína.  

A médica aconselhou ainda que se a pessoa sentir os sintomas, deve procurar atendimento médico imediatamente. Se o caso for grave, o paciente pode ser transferido para um hospital com recursos para angioplastia ou outros procedimentos avançados.