Nesta terça-feira (17) mais de 50 intelectuais de vários países publicaram uma carta aberta em que pedem apoio ao Brasil em sua luta por soberania digital contra os ataques das grandes empresas de tecnologia, conhecidas como big techs.
A carta destaca a recente disputa entre o governo brasileiro e Elon Musk, proprietário da rede social X (anteriormente Twitter).
Este caso é visto como um exemplo central de um conflito global. Entre os signatários estão economistas renomados como Gabriel Zucman, Julia Cagé e Thomas Piketty, além do ex-ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán.
Intelectuais brasileiros também assinam o documento, incluindo o ex-diretor-geral da FAO José Graziano e os professores Helena Martins (Universidade Federal do Ceará), Marcos Dantas (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Sergio Amadeu da Silveira (Universidade Federal do ABC).
A carta argumenta que a disputa com Elon Musk é um ponto crítico em um confronto global entre grandes corporações tecnológicas e aqueles que buscam um espaço digital democrático, focado no desenvolvimento social e econômico.
Os intelectuais pedem a todos os defensores de valores democráticos que apoiem o Brasil.
Eles afirmam que, “quando seus interesses financeiros estão em jogo, as big techs colaboram facilmente com governos autoritários.”
Intitulada ‘Contra o Ataque das Big Techs às Soberanias Digitais’, a carta denuncia que a disputa com Elon Musk é um exemplo de um esforço mais amplo para restringir a capacidade das nações de definir suas próprias agendas digitais, longe do controle das megacorporações dos EUA.
Os signatários acusam a X e outras empresas de tentar sabotar as iniciativas brasileiras para alcançar autonomia tecnológica.
Eles alertam que esse comportamento envia uma mensagem preocupante: países democráticos que buscam independência das big techs podem ver suas democracias ameaçadas, com algumas dessas empresas apoiando movimentos e partidos de extrema direita.
Os intelectuais também criticam as grandes empresas de tecnologia e líderes da extrema direita, que frequentemente acusam outros de desrespeitar a democracia e a liberdade de expressão.
No entanto, eles argumentam que, na ausência de regulamentações internacionais e decisões democráticas sobre o espaço digital, essas empresas atuam como governantes, decidindo o que deve ser moderado e promovido em suas plataformas.
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