Em meio a polêmicas, entrou em vigor a partir desta sexta-feira, 1º, a Lei Municipal nº 485/2021 que proíbe a distribuição gratuita de sacolas plásticas em estabelecimentos comerciais de Manaus. Para tentar explicar como a nova regra será cumprida, a prefeitura de Manaus realizou coletiva para anunciar medidas.

A lei, de autoria dos vereadores Fransuá (PV) e Glória Carratte (PL), foi aprovada e sancionada pela Câmara Municipal de Manaus no dia 10 de maio deste ano com a proposta de reduzir a utilização de plásticos na capital amazonense. O objetivo é ajudar na sustentabilidade e despertar a consciência ambiental da população manauara.

Durante a coletiva realizada na sede da Câmara de Dirigentes Lojista de Manaus – CDL Manaus, para falar sobre a aplicação da lei, estiveram presentes Bruno Braga, presidente da Associação Amazonense de Supermercados (Amasi); Josana Mundstock representante da Associação Brasileira de Shoppings Center (Abrasce); Ezra Azuri, presidente FCDL-AM; Antônio Ademir Stroski, secretário da secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas); Ralph Assayag presidente da CDL Manaus; Jalil Fraxe, diretor-presidente do Procon-AM.

Quando questionado sobre como vai funcionar na prática e os detalhes sobre a medida, o secretário da Semmas disse que são etapas que precisam ser cumpridas.

“É uma mudança substancial de algo, de uma coisa que é rotineira na vida de todos nós. Essa mudança exige necessariamente uma boa comunicação com toda a população. As campanhas serão necessárias e é essa disposição que a secretaria tem de contribuir para que a lei seja adotada. Nós já fizemos o contato preliminar com o comércio, no sentido da gente fazer essa estratégia, precisamos fazer isso de forma conjunta. Na verdade é o diálogo com o setor do comércio que vai estabelecer a solução da plena aplicação da lei”, disse Antônio Ademir  .

A representante da Abrasce, Josana Mundstock, e o presidente da FCDL-AM, Ezra Azuri, concordaram com a necessidade, mas elencaram algumas preocupações.

“O propósito é relevante e importante para a preservação do meio ambiente e para a sustentabilidade. No entanto, a nossa maior preocupação no momento é quanto ao prazo da necessidade da obrigatoriedade. Estamos passando por uma fase de dificuldade econômica, a gente tem um problema de logística aqui na nossa região, então acredito que deve haver um entendimento quanto ao momento adequado às exigências que devem ser dadas e as consequentes sanções, para que a gente não acabe prejudicando, principalmente, os pequenos empresários que já estão saindo de uma situação ruim por conta da crise sanitária”, disse Josana.

“A federação é a favor do meio ambiente, nós entendemos que alguma coisa tem que ser feita. Mas tenho que lembrar que tem consumidores na outra ponta. E essa maneira brusca para ter que explicar ao consumidor de todas as classes em uma semana que ele vai ter de trazer de casa a sacola ou ter que pagar por ela, vai ser um transtorno enorme. Uma coisa que a prefeitura errou e que ainda está em tempo de consertar, é que deveria ter sido feita uma grande campanha na televisão. Isso, sim, seria bom, porque as pessoas vão se preparando. Porque agora todo o ônus de quem vai ter que conversar e explicar para o cliente ficou para nós. Faltou comunicação”, declarou Azuri.

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População

O operador de loja que trabalha em um supermercado de Manaus Lucas Vinicius acredita que a medida é necessária.

“Eu acho bom, é uma medida que tem entrado muito em pauta essa questão da sustentabilidade. Nesses últimos anos, a gente vem dando uma importância maior para isso. E acredito que essa cobrança das sacolas é uma medida que vai ajudar a frear esse consumo exacerbado de sacolas plásticas. Então acredito que é bom tanto para o estabelecimento, como para o clientes que vão comprar sacolas sustentáveis e também será bom para o meio ambiente”, disse o funcionário.

Já entre os clientes, a opinião diverge.

Para a dona de casa Francisca Abreu, a medida é  um absurdo. 

“Já está tudo caro e ainda tem que comprar o saco. Eu acho isso um absurdo, mas o que é que a gente vai fazer, né?”, lamentou.

Já para o funcionário público Paulo Victor a medida é necessária, mas é preciso alternativas para não prejudicar o consumidor.

“Na verdade precisa de muito mais medidas assim. E não só para o público em geral, mas para empresas que, mesmo que movimentam muito dinheiro, têm que ter um controle. Assim como plásticos biodegradáveis que já existem”, ressaltou. 

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