Relatório da Polícia Federal (PF) que baseou a operação Tempus Veritatis que investiga a tentativa de golpe de Estado, aponta o ex-ministro da Defesa Braga Netto como responsável por estimular ataques ao atual comandante do exército, general Tomás Paiva. 

O documento também indica relação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello com os fatos. Um dos elementos que liga o ex-ministro é um áudio gravado no dia 8 de novembro de 2022, onde o ex-ajudante de ordens Mauro Cid diz que Bolsonaro estava recebendo visitas “no sentido de propor uma ruptura institucional” e “pressioná-lo a tomar medidas mais fortes para reverter o resultado das eleições”.  

As informações foram divulgadas pela jornalista Malu Gaspar. Conversas apreendidas pela Polícia Federal mostram que, em 17 de dezembro de 2022, o ex-chefe da Casa Civil relatou ao militar Ailton Barros uma “visita” de Paiva ao ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas.  

Na conversa, o ex-ministro afirmou que o colega “nunca valeu nada” e tentou ligá-lo ao Partido dos Trabalhadores (PT).  

“Parece até que ele é PT desde pequeninho, nunca valeu nada,” disse Braga Netto.  

No fim da conversa o ex-chefe da Casa Civil pede que o militar “viralize” mensagens de ataques contra o atual comandante do Exército Brasileiro. 

De acordo com a apuração da PF, o objetivo do ex-ministro seria constranger oficiais do alto escalão para que eles participassem do plano que manteria Bolsonaro no poder e impediria a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.