O presidente da Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle (CTFC) no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), quer investigar a possível relação entre as joias dadas pelo regime da Arábia Saudita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a venda de uma refinaria da Petrobras.
“É muito mais fácil você trazer um colar de R$ 16,5 milhões do que trazer 3 milhões de euros numa pasta”, afirmou Aziz.
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O senador quer aprovar um requerimento de informações questionando o MME (Ministério de Minas e Energia) sobre a visita de Bento Albuquerque à Arábia Saudita, viagem da qual seu assessor voltou com as joias na bagagem.
Além disso, ele também quer a ajuda de técnicos do TCU (Tribunal de Contas da União) na investigação.
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A compra da Rlam (Refinaria Landulpho Alves), na Bahia, foi finalizada em 30 novembro de 2021 pelo fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, O Mubadala.
O valor pago à Petrobras foi de US$ 1,8 bilhão (R$ 10,1 bilhões na cotação da época) e o valor real da refinaria seria maior. Hoje, a refinaria chama-se Mataripe.
“A empresa que comprou a refinaria é dos Emirados Árabes Unidos. A informação que tenho é que a Arábia Saudita também participa de um fundo dessa empresa”, disse Aziz.
Cerca de 1 mês antes da compra, em 28 de outubro, um auditor da Receita Federal lotado no aeroporto de Guarulhos (SP) encontrou um conjunto de joias avaliado em R$ 16,5 milhões na bagagem de um assessor do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Na ocasião, Bento disse aos agentes do Fisco que as joias eram um presente do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.