A Operação Omawe, iniciada em fevereiro, já desmontou mais de 190 acampamentos instalados por garimpeiros ilegais na Terra Yanomami, em Roraima.
A ação conjunta, entre agentes Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), também apreendeu materiais extraídos ilegalmente da terra.
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As medidas estratégicas visam enfraquecer as atividades de garimpo nas terras Yanomami, principalmente para tentar solucionar a crise humanitária da área indígena.
O nome da operação, conforme ao Agência Brasil, faz alusão ao nome de um herói ancestral Yanomami, Omawe.
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Ações da Operação Omawe
Os agentes da operação apreenderam cerca de 19 mil kg de cassiterita extraídos de forma ilegal do interior da terra indígena.
O material se tornou, durante os últimos anos, atrativo aos garimpeiros na região por conta da valorização no mercado.
O material, de onde se extrai o estanho, é utilizado na fabricação de vidros e até de tela de celulares.
Além das apreensões, a operação também desativou balsas de garimpo, embarcações, geradores de energia e motores.
Ao todo, foram mais de 100 equipamentos destruídos. A demolição visa prevenir para que os garimpeiros não recuperem os itens.
Conforme os agentes da operação, alguns itens não conseguem ser retirados do local, principalmente por conta da dificuldade de acesso.
Crise humanitária Yanomami
Após denúncias de atividade garimpo ilegal, e principalmente pelo impacto da ação na contaminação os rios, técnicos do Ministério da Saúde foram enviados ao local.
Quando alocados nas terras Yanomami, os técnicos se depararam com uma população muito abaixo do peso, com casos de malária e sem assistência de saúde.
Só em 2022, segundo o governo federal, 99 crianças Yanomami morreram. Entre as causas das mortes, pneumonia, diarreia e doenças evitáveis.
O agravamento na saúde dos indígenas, com casos graves de desnutrição severa, verminose e malária, ocorreu em meio ao avanço do garimpo ilegal na região.
A estimativa é que em toda a Terra Indígena Yanomami, 570 crianças morreram nos últimos quatro anos, na gestão de Jair Bolsonaro.
Para auxiliar no abastecimento da região, militares da Forças Aéreas Brasileira (FAB) auxiliam na logística de remédios e alimentos.
*Sob supervisão de Francisco Santos