A ONU (Agência das Nações Unidas) demitiu, nesta sexta-feira (26), funcionários acusados de participar do ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro.

O órgão determinou que o caso seja investigado e rescindiu os contratos dos suspeitos de envolvimento com o grupo terrorista.

Em nota, os Estados Unidos anunciaram a suspensão temporária do financiamento da Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) 

“Os EUA estão extremamente preocupados com as alegações de que 12 funcionários da UNRWA podem ter se envolvido no ataque terrorista do Hamas a Israel”, afirma o Departamento de Estado.

O governo americano reconhece o papel que a agência tem desempenhado em prestar assistência para os palestinos com o fornecimento de alimentos e remédios no enclave. Mas enfatiza que a UNRWA deve tomar providência sobre a acusação.

Israel acusou repetidamente a agência de cumplicidade com o Hamas no enclave e afirmou que vários de seus funcionários são, na verdade, parte do grupo terrorista. A ONU sempre negou.

Nesta sexta, no entanto, a agência anunciou a demissão de pessoas que supostamente teriam envolvimento com o ataque terrorista que matou 1,2 mil pessoas em Israel e desencadeou a guerra contra o Hamas em Gaza.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, foi informado sobre as acusações pelo comissário-geral da agência, Philippe Lazzarini. Ele ficou “horrorizado” e ordenou a abertura de uma investigação, relatou o porta-voz de Guterres.

Além da alegada relação dos funcionários da UNRWA com o Hamas, a ONU também também deve apurar as atividades da agência.

Relação conturbada

Com mais de 30 mil funcionários, a UNRWA é a maior organização na Faixa de Gaza e foi alvo de repetidas acusações por parte de Israel, que questiona a neutralidade das Nações Unidas no conflito árabe-israelense.

Mais recentemente, a agência acusou Tel-Aviv de disparar com tanques contra uma das suas instalações, que servia como abrigo para palestinos em Khan Younis, no sul de Gaza.

Pelo menos 13 pessoas morreram e 56 ficaram feridas no que Philippe Lazzarini chamou de “violação flagrante das regras fundamentais na guerra”.

Com informações do Estadão Conteúdo*