Onze pessoas foram presas na manhã desta terça-feira, 10, durante a operação Calígula realizada no Rio de Janeiro. Ao todo, estão sendo realizados 29 mandados de prisão e 119 de busca e apreensão.

A ação é voltada a reprimir crimes realizados por uma organização criminosa envolvidas em rede de jogos de azar. 

A operação é comandada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Força Tarefa do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado para o caso Marielle e Anderson (GAECO/FTMA ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).

Cerda de 30 pessoas estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

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De acordo com o MPRJ, a rede de jogos de azar era liderada por Rogério Costa de Andrade Silva, contraventor conhecido como Rogério de Andrade, e seu filho Gustavo de Andrade, integrada por dezenas de outros criminosos, incluindo Ronnie Lessa, denunciado como executor do homicídio da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.

Os mandados requeridos pelo MPRJ foram expedidos pela Vara Especializada.

Prisões e apreensões

O balanço mais recente dos resultados da operação Calígula confirma onze prisões até o momento. 

Além disso foram apreendios 17 aparelhos de celular, cinco notebooks, um HD e um pen drive, R$ 1,2 milhão na casa da delegada Adriana Belém, alvo de busca e apreensão, além de R$ 48.251,20, $ 2.200 dólares, 4420 pesos argentinos, 70 pesos uruguaios, todos em espécie, R$ 3.800 em cheque, diversos documentos, pendrive, chips, noteiros, máquinas de cartão, 107 máquinas de caça-níqueis, cópias de processos e componentes eletrônicos.

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Denúncias

Rogério de Andrade e Gustavo de Andrade comandam uma estrutura criminosa organizada, voltada à exploração de jogos de azar não apenas no Rio de Janeiro, mas em diversos outros Estados, que há décadas exerce o domínio de diversas localidades, fundamentando-se em dois pilares: a habitual e permanente corrupção de agentes públicos e o emprego de violência contra concorrentes e desafetos, sendo esta organização criminosa suspeita da prática de inúmeros homicídios.

Segundo os Promotores de Justiça, a organização estabeleceu acertos de corrupção estáveis com agentes públicos integrantes de diversas esferas do Estado, principalmente ligados à Segurança Pública, incluindo tanto agentes da Polícia Civil, quanto da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

Nesta esfera, integrantes da organização, membros da PCERJ, mantinham contatos permanentes com outros policiais corruptos, pactuando o pagamento de propinas em contrapartida ao favorecimento dos interesses do grupo liderado por Rogério.

Por outro lado, oficiais da PMERJ serviam de elo entre a organização e Batalhões de Polícia, que recebiam valores mensais para permitir o livre funcionamento das casas de aposta do grupo.

Ações criminosas

A parceria entre Rogério de Andrade e Ronnie Lessa para a prática de ações criminosas é apontada nas denúncias como antiga, havendo elementos de prova de sua existência ao menos desde 2009, quando Ronnie, indicado como um dos seguranças de Rogério, perdeu uma perna em atentado à bomba que explodiu seu carro.

Posteriormente, em 2018, ano da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, os dois denunciados se reaproximaram, e Rogério novamente se aliou a Ronnie e pessoas a este ligadas, abrindo uma casa de apostas na localidade conhecida como Quebra-Mar, na Barra da Tijuca, havendo elementos indicando a previsão de inauguração de outras casas na Zona Oeste do Rio.

O bingo financiado por Rogério, e administrado por Ronnie, Gustavo de Andrade e outros comparsas, foi fechado pela PMERJ no dia de sua inauguração.

Em seguida, após ajustes de corrupção com policiais civis e militares, a mesma casa foi reaberta, e as máquinas apreendidas foram liberadas.

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