Três pessoas foram presas, nesse sábado, 30, durante a operação St. Thomas, deflagrada pela Polícia Civil de Roraima (PC-RR).

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Entre elas, estão o suposto médico venezuelano, J.P.H.T, sua esposa, técnica em enfermagem L.O.H. e da dona de uma clínica de estética, localizada no bairro Caimbé, Z.P.S.

Todos eles são suspeitos de realizarem o procedimento de lipoaspiração irregular que ocasionou a morte de Alzenir Vitor da Silva, em agosto deste ano.

Polícia Civil de Roraima (PC-RR) durante operação St. Thomas - Foto: PC-RR/Divulgação
Polícia Civil de Roraima (PC-RR) durante operação St. Thomas – Foto: PC-RR/Divulgação

Além dos três mandados de prisão preventiva cumpridos, outros cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados aos envolvidos.

A ação foi coordenada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e executada pelos agentes da Delegacia Geral de Homicídios (DGH) da PC-RR.

Buscas e apreensões durante a operação

Itens apreendidos durante a operação St. Thomas - Foto: PC-RR/Divulgação
Itens utilizados pelos envolvidos apreendidos durante a operação St. Thomas – Foto: PC-RR/Divulgação

Durante as buscas realizadas, foram encontrados diversos equipamentos utilizados para procedimentos cirúrgicos e pós-cirúrgicos.

Entre eles, frascos de morfina abertos, remédios pré e pós-operatórios, aparelhos de cirurgia e cintas pós-cirúrgicas.

Além da apreensão de celulares, computadores, pendrives e documentos.

Um dos documentos apreendidos continha anotações sobre as pacientes e os locais utilizados para os procedimentos irregulares.

‘Modus operandi’ da clínica clandestina

De acordo com a PC-RR, as investigações evoluíram rapidamente, identificando os autores, o modus operandi e os motivos do crime.

Foi possível descobrir a realização de inúmeros procedimentos clandestinos, muitas vezes, sem anestésico.

Ministério Público denúncia envolvidos

Operação St. Thomas
Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) – Foto: Reprodução/Google Maps

Após a repercussão da morte da brasileira, o casal fugiu para a Venezuela.

O Ministério Público de Roraima (MP-RR) ofereceu uma denúncia contra todos os envolvidos pela prática de homicídio por dolo eventual.

O dolo eventual é quando a pessoa assume o risco de matar, além de exercício ilegal da profissão de médico em associação criminosa.

Relembre o caso

Pronto Socorro Estadual Dr. Francisco Elesbão - Foto: Secom-RR/Arquivo
Pronto Socorro Estadual Dr. Francisco Elesbão onde o corpo da vítima foi entregue pelo suposto médico – Foto: Secom-RR/Arquivo

Em agosto desse ano, uma mulher identificada como Alzenir Vitor da Silva, de 45 anos morreu após realizar procedimento estético em uma clínica clandestina, em Boa Vista.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), um homem não identificado deixou a mulher no atendimento da unidade do Hospital Geral de Roraima (HGR).

A vítima já estava morta quando foi atendida pela equipe médica, informou a Sesau.

Foram identificadas marcas de procedimento de lipoaspiração e o corpo de Alzenir foi encaminhado para o Instituto de Identificação Odílio Cruz.

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Operação St. Thomas

A ação foi batizada com este nome em alusão ao antigo Hospital St.Thomas.

A unidade é um dos mais antigos hospitais de Londres, conhecido por sua alta taxa de mortalidade em decorrência dos procedimentos realizados no local.

Nos anos de 1800, dois a cada três pacientes que passavam pela sala de cirurgia morriam.

Neste hospital, ficava a “Old Operating Theatre”, em português a “antiga sala de operações”.

Em 1822, o local era um centro cirúrgico para mulheres.

Era comum, que estas mulhres morressem por causa de infecções contraídas no pós-operatório, onde as cirurgias eram feitas em uma pequena maca de madeira.

Ou ainda, por hemorragia, após o procedimento sem anestésico, na qual pacientes sentiam uma dor inimaginável durante as operações.

Relatos apontam que as mulheres que passavam pela “Old Operating Theatre” só recebiam um bastão revestido de couro para morder durante a cirurgia.

Além disso, não se usava nenhum método antisséptico na sala de cirurgia.

O sangue das operações era recolhido em uma caixa de madeira com serragem ou areia.

Segundo a PC-RR, escolha do nome se deu, pois o “modus operandi” identificados neste caso era muito semelhante aos que ocorriam no antigo hospital.