A oposição do governo Lula vai recorrer da decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) sobre a composição da CPMI de 8 de janeiro.

Pacheco negou nesta sexta-feira (5) as questões de ordem do líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN) e do partido Novo, solicitando mais uma vaga para a oposição.

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No entendimento do grupo, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) fortaleceu o bloco do PT na CPI mista de 8 de janeiro, após ele mudar de bloco.

Antes, o parlamentar era do Democracia e, agora, foi para o bloco Resistência Democrática que é do PT, PSB e PSD.

Com isso, o senador Rogério Marinho (PL-RN) afirmou que vai apresentar à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado um recurso contra a decisão de Pacheco, que negou a questão de ordem.

“É evidente que é uma decisão que tem legitimidade, por ter sido feita pela Mesa Diretora da Casa, mas nós achamos que ela é equivocada”, afirmou.

A decisão de Randolfe ampliou a maioria governista de 11 para 12 das 16 vagas do Senado. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) terá 32 integrantes, sendo 16 do Senado e 16 da Câmara.

Análise da movimentação para CPMI

Segundo o cientista político Guilherme Soares, a medida tem legitimidade, só que a oposição vai recorrer.

“Porque foi tirado uma vaga que seria de um membro da oposição, de um membro que seria do PL, para colocar dentro do bloco que é do PT, então isso acaba sendo uma situação que acaba por favorecer o governo”, destacou.

Ainda conforme o especialista, essa medida vai deixar os debates mais calorosos dentro do Congresso.

“Isso, com certeza, vai aumentar a temperatura, tanto dos debates com a CPMI sendo instaurada na próxima semana, quanto também dos demais debates, dentro da Câmara e do Senado”, projeta Soares.

Na prática, a decisão de Pacheco permite que a CPMI inicie os trabalhos com maioria de membros da base do governo.

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Pacheco também apoio a decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que retirou o Novo da composição das vagas da Comissão destinadas à Casa Baixa.

Segundo Lira, como a legenda não alcançou a cláusula de barreira nas eleições, ela não tem direito a uma liderança da Câmara, apenas a uma representação partidária.

A decisão dos presidentes das duas casas também beneficia o governo.

Para o cientista político, se os partidos não entrarem em um acordo, a CPMI pode não ser eficiente.

“É uma CPMI muito aguardada pela oposição e pode muito bem acabar sendo uma CPMI onde ela não consiga ter nenhuma efetividade, caso essa matéria se mantenha da forma que o Pacheco deixou colocado”, finalizou.