As atividades do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na terra indígena Yanomami correm o risco de serem paralisadas nas próximas semanas.

Isso porque servidores do instituto que atuam em campo iniciaram uma paralisação este mês e não há prazo para terminar.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) informou que a reestruturação dos servidores é uma prioridade e que mantém negociações desde o ano passado.

Além isso, agentes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) também aderiram ao movimento.

Eles reivindicam reestruturação das carreiras, gratificação para os servidores que atuam em situação de risco e indenização para quem atua em áreas remotas.

Ano passado, eles paralisaram as atividades em dois momentos, e em dezembro anunciaram que iniciariam 2024 com paralisação de atividades.

Impacto

A paralisação atinge apenas os servidores de campo, e que por isso os efeitos na fiscalização passarão a ser percebidos ao longo das próximas semanas.

Isso acontece porque as atividades dependem do recrutamento de servidores, com emissão de passagens e diárias.

Assim, quem está atuando em campo hoje são aqueles servidores escolhidos ainda no mês passado, quando a paralisação não havia iniciado. O impacto será visto quando houver mudanças nas equipes.

Sobre o território indígena Yanomami, Cleberson Zavaski, presidente da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), afirma que a paralisação já tem impacto.

“A questão lá é bem complexa, porque envolve diversas áreas do governo, forças policiais, Exército, Aeronáutica, que vão além da fiscalização ambiental. Fato é que, desde dezembro, o recrutamento do Ibama para renovação e ampliação das equipes naquele território sofreu drasticamente com a não adesão das equipes para irem a campo. Então, a operação de fiscalização e proteção ambiental no território Yanomami já foi afetada por essa paralisação das atividades de campo”, declarou.