Investigações acerca de um crime de estelionato contra um morador de Araguatins, levaram a Polícia Civil do Tocantins a descobrir um grande esquema criminoso de golpes instalado dentro do maior presídio de Cuiabá-MT. A investigação foi concluída nesta quinta-feira (16).

O golpe aconteceu quando os criminosos anunciaram a venda de 135 cabeças de gado a um pecuarista com a promessa de que o gado estava em uma fazenda do município.

A vítima efetuou o pagamento e sofreu um prejuízo de R$ 236,5 mil. O dinheiro foi parar nas contas bancárias fornecidas pelos golpistas.

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Segundo a Polícia Civil, os golpistas se apresentavam com nomes falsos e demonstravam muito conhecimento na corretagem de gado.

Dessa forma intermediavam a venda entre criador (vendedor) e comprador, enganando ambos.

No momento da venda, a quadrilha induzia o potencial comprador a efetuar o pagamento pelos animais em uma conta bancária fornecida pelos membros da organização criminosa, que era diferente da conta do real vendedor de gado.

A investigação apontou ainda que os criminosos utilizam vários celulares dentro da Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá-MT, com os quais pesquisavam na internet endereços e telefones de casas agropecuárias de vários estados.

De posse desses contatos, a quadrilha ligava pedindo indicações e telefone de criadores e vendedores de gado da região que estivessem interessados em comprar ou vender animais.

Uma vez captada uma potencial vítima, as tratativas passavam a ser realizadas por um integrante específico da organização criminosa, o único que detinha conhecimento sobre gado.

Quatro dias após o morador de Araguatins ser vítima do golpe, a organização criminosa teria aplicado o mesmo golpe em um morador do Mato Grosso, de quem teriam obtido R$70 mil.

Ou seja, só no mês de dezembro de 2022, foram mais de R$300 mil obtidos pelos farsantes.

Sete pessoas foram indiciadas por estelionato e quatro delas seguem presas na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá.

Entre os identificados pela polícia estão uma mulher de 30 anos, e o suposto chefe da organização criminosa, de 38 anos.

“O líder da organização criminosa, inclusive, é considerado um dos maiores adulteradores de motocicleta da cidade de Várzea Grande, conhecido no meio criminoso pela ‘qualidade’ das adulterações, que somente são descobertas pela perícia”, disse o delegado Teofabio Alves.

O delegado ainda afirma que as investigações continuam com o intuito de apurar o crime de lavagem de capitais e de responsabilizar todos aqueles que cederam suas contas bancárias para a movimentação de recursos sabidamente provenientes da prática de ilícitos.

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