Pesquisadores desenvolveram um kit biotecnológico que torna possível identificar se filés e postas de piramutaba, espécie de bagre encontrada nos rios da Amazônia, vendidos em supermercados e frigoríficos correspondem de fato à espécie indicada nas etiquetas dos produtos.

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Pesquisa

De acordo com a coordenadora do estudo, a doutora em Genética, Kyara Martins Formiga, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o mecanismo desenvolvido para identificação é eficiente, rápido e seguro.

Para isso, é necessário utilizar um pequeno pedaço do filé ou posta do peixe, e aplicar o teste.

“É mais rápido e com menor custo. Existem vários trabalhos de identificação de peixes que envolvem o sequenciamento de DNA, mas nesses têm todo um processo que requer maior quantidade de insumos e reagentes que são caros, e levam mais tempo para se obter uma resposta de identificação. Já a metodologia desenvolvida pelo nosso projeto é mais rápida”, explicou.

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Na pesquisa, a metodologia utilizada para a correta identificação de filés e postas de piramutabas é o qPCR, abreviação para quantitative polymerase chain reaction, em português, reação em cadeia da polimerase quantitativa, popularmente conhecida como RT-PCR, que é umas das técnicas utilizadas para o diagnóstico da Covid-19.

O qPCR, em linhas gerais, é um método usado para multiplicar uma amostra de DNA por diversas vezes, sendo identificada a espécie alvo.

No âmbito da pesquisa, o qPCR identifica se o DNA encontrado no material coletado corresponde ou não à espécie informada pelos fabricantes no rótulo.

Contribuição

Conforme destacou a pesquisadora, o uso desses kits biotecnológicos pode oferecer aos consumidores a segurança de que estão de fato consumindo um produto de qualidade e sem nenhum tipo de adulteração na origem.

Além disso, a coordenadora ressaltou que os próprios fornecedores de filés e postas de pescado podem, no futuro, buscar os serviços de utilização do kit biotecnológico para atestar a qualidade e a procedência dos seus produtos.

Além da piramutaba, a pesquisa visa, em um futuro próximo, elaborar kits para identificar mais seis espécies de peixes comercializados e vendidos em forma de postas e/ou filés na região Amazônica.

O projeto conta com a contribuição direta e indireta de 11 colaboradores. Profissionais do Inpa e do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) integram a equipe. Iniciada em 2021, a previsão atual é que a pesquisa seja finalizada em 2023.