Uma pesquisa do Instituto Cidades Sustentáveis (ICS), divulgada nesta quarta-feira (29), revela que 94% dos municípios brasileiros não possuem estratégias adequadas para prevenir tragédias climáticas.

Esse grupo inclui todos os municípios que implementaram menos da metade de 25 estratégias necessárias para enfrentar eventos como enchentes, inundações e deslizamentos de encostas.

Entre as medidas preventivas examinadas pelo levantamento, estão: a inclusão de medidas preventivas no Plano Diretor e na Lei de Uso e Ocupação de Solo, a existência de leis específicas para combate a tragédias climáticas, planos municipais de redução de riscos, entre outros.

Com base nos dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o ICS elaborou um mapa destacando as cidades com menos de 20% das estratégias, as que têm entre 20% e 49%, as que possuem de 50% a 79% e as que têm mais de 80%.

A pesquisa destaca uma situação crítica no Rio Grande do Sul, onde recentes chuvas intensas deixaram várias cidades submersas, com mais de 600 mil pessoas desalojadas e mais de 160 mortes.

No estado, 304 dos 497 municípios têm menos de 20% das estratégias implementadas. Porto Alegre, a capital, possui 44% das estratégias, enquanto Itatiba do Sul é a única cidade com mais de 80%.

Percepção sobre problemas ambientais

O ICS, em parceria com o instituto Ipec, também avaliou a percepção dos brasileiros sobre problemas ambientais e ações municipais contra mudanças climáticas.

De acordo com 79% dos entrevistados, as prefeituras podem contribuir no combate às mudanças climáticas.

Sobre as medidas a serem adotadas, 41% apontam o aumento e conservação de áreas verdes como a principal medida a ser adotada, seguida pelo controle do desmatamento e da ocupação de áreas de manancial (36%) e pela redução do uso de combustíveis fósseis (26%).

Entre os maiores problemas de suas cidades, 30% mencionou o calor e o aumento da temperatura, 29% a poluição do ar, 25% a poluição dos rios e mares e 24% as enchentes ou alagamentos.

Nas capitais, enchentes e poluição do ar foram os problemas mais citados (37%). Nas periferias metropolitanas, as enchentes foram mencionadas por 37%.

*Com informações de Agência Brasil