O desgaste do bioma amazônico pode se tornar irreversível, conforme estudo publicado na revista Science, referência na produção e divulgação de pesquisas científicas.
A revelação foi publicada na quinta-feira (26) no periódico sobre o impacto da ação humana no desgaste do ecossistema.
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A pesquisa, produzida por pesquisadores brasileiros e americanos, foi destaque na capa da revista internacional.
A investigação foi baseada nos relatórios do Painel Científico para a Amazônia, que avaliou o bioma amazônico, no ano de 2022.
O estudo indica os principais fatores que degradam o bioma, que são as queimadas, o desmatamento ilegal, barragem de rios e desgaste do solo.
Além disso, as mudanças climáticas, que provocam a desertificação.
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Grupo de pesquisa
O estudo contou com a participação de 35 pesquisadores, entre brasileiros e estrangeiros.
Entre os participantes, a professora Sonaira Souza da Silva da Universidade Federal do Acre (Ufac), que relatou sobre os conceitos dentro do estudo.
Ao portal Amazônia, a pesquisadora explicou que o estudo, “Fatores e impactos da degradação florestal na Amazônia”, analisou a deterioração do bioma pela perspectiva humana.
Ainda segundo Sonaira, coautora da pesquisa, a ‘deterioração’ descrita no estudo é referente a mudanças transitórias ou de longo prazo.
Os fatores de desgaste do bioma, de acordo com a pesquisa, continuarão sendo a principal razão emissão de carbono na atmosfera.
Tal projeção para o futuro foi feita para os próximos 28 anos.
A previsão da pesquisa declara que, mesmo com a diminuição dos fatores de desgaste, não será possível reverter a degradação do bioma.
A professora da Ufac usa o estado do Acre como um exemplo deste resultado.
“Já são mais de 500 mil hectares afetados por incêndios florestais e parte dessa floresta tem sido queimada de forma recorrente, potencializando as emissões e parte de biodiversidade”, contou.
Formado em Geologia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o pesquisador Pedro Val comenta sobre o cenário amazônico.
“A Amazônia está cada vez mais próxima de um ponto irreversível, em que não terá mais capacidade de recuperar a área perdida, e entrará em processo de savanização”, alerta Val.
Solução
Em conclusão, foi proposto medidas para contornar o cenário.
Os autores do artigo sugeriram a criação de um sistema de monitoramento para a degradação e controle dos fatores de degradação.
Chamado de ‘Smart Forest’ (Floresta inteligente), a ideia do programa seria a implantação de sensores para coletar dados com precisão.