Uma pesquisa avalia um tipo diferenciado de mandioca para a produção de etanol no Amazonas.
O estudo pretende contribuir com a produção de um biocombustível que possibilite avanço social, ambiental, tecnológico e econômico a médio e longo prazo para o estado.
+ Envie esta notícia no seu Whatsapp
+ Envie esta notícia no seu Telegram
O projeto “Mandioca açucarada, uma alternativa para a produção de bioetanol no estado do Amazonas” é coordenado pela pesquisadora Leiliane do Socorro Sodré, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
A proposta considera a importância de inserir novas fontes renováveis de energia.
O estudo visa extrair de forma integral o caldo e as fibras das raízes de mandioca para a produção de etanol.
A pesquisa pretende ainda agregar valor à agricultura familiar, a partir da utilização do produto pelas próprias comunidades, e investigar a viabilidade da produção de bioetanol através da hidrólise e fermentação das raízes do legume.
RELACIONADAS
+ Pesquisa avalia alterações genéticas dos nódulos da tireoide no AM
+ Pesquisa usa resíduos de peixes para produzir colágenos e gelatinas
Benefícios do estudo
A produção de bioetanol a partir da biomassa da mandioca açucarada, além de reduzir potencialmente as emissões de CO2 no meio ambiente, contribuirá para fortalecer o crescimento do estado e do pequeno produtor.
Conforme o estudo, a produção do bioetanol também de reduzir a migração para centros urbanos, gerando empregos duráveis, renda estável para as comunidades locais.
O projeto deve possibilitar ainda a inserção de uma fonte renovável de energia na matriz energética do estado.
Segundo a coordenadora, doutora em Engenharia de Recursos Naturais da Amazônia, serão avaliados os rendimentos dos processos de hidrólise em relação à quantidade de açúcares produzidos e da produção de bioetanol.
Ela explica que as raízes de mandioca açucarada já foram caracterizadas em relação aos compostos de interesse, e a matéria-prima é preparada para a produção de etanol através do estudo de pré-tratamento.
“Estão sendo avaliadas técnicas como o ultrassom e o uso de vapor para facilitar a quebra das fibras e liberação dos açúcares para posterior fermentação e consequentemente produção de etanol; quanto aos tratamentos citados, os resultados são promissores”, garante Leiliane.
Mandioca açucarada
A mandioca açucarada apresenta elevado teor de água em sua composição, em torno de 83 %, já na mandioca tradicional o valor é aproximadamente 60%.
Conforme o grupo de pesquisa, a característica que facilita a extração do caldo que será usado como substrato no processo fermentativo.
Quanto à disponibilidade de açúcares, foi encontrado um teor significativo de glicose no caldo extraído da mandioca açucarada, facilitando o processo fermentativo.
“O processo de produção de etanol a partir da mandioca açucarada é similar ao da cana-de-açúcar e, mais simples e barato que o etanol produzido com a mandioca convencional, pois dispensa o processo de sacarificação, na qual amido é convertido em glicose”, complementa.
A eliminação da etapa citada pela pesquisadora reduz em torno de 30% o consumo de energia no processo de produção de etanol de mandioca.
O projeto de pesquisa recebe apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).