Uma alternativa sustentável e economicamente viável para beneficiar pequenos piscicultores no Amazonas foi desenvolvida por pesquisadores do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), no município de Maués (distante a 276 quilômetros de Manaus).

O estudo utiliza os resíduos descartados em agroindústrias, mercados e frigoríficos e os transforma em ração para peixes.   

A pesquisa contribui para tornar acessível o valor do produto, uma vez que a maioria dos insumos é importada de outros estados.

Além disso, o projeto favorece, diretamente, as agroindústrias produtoras dos resíduos do ponto de vista de maior aproveitamento de matérias-primas e redução do descarte de resíduos sólidos. 

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Segundo o coordenador da pesquisa, o doutorando em Aquicultura Paulo Adelino, entre os coprodutos produzidos na pesquisa estão a farinha de peixe, elaborada artesanalmente com resíduos de processamento.

O grupo também desenvolveu a farinha de folha de mandioca à base da folha e terço superior das plantas bem como a torta de castanha da Brasil, murumuru e ucuúba elaboradas através da extração de óleo, por prensagem mecânica.  

“No caso da castanha da Amazônia são utilizadas amêndoas fora do padrão de consumo humano. O bagaço descafeinado de guaraná é produto da extração hidroalcoólica do princípio ativo das sementes de guaraná desidratadas”, explica o pesquisador.  

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Ração de baixo custo

Na pesquisa, foi possível caracterizar a composição nutricional dos resíduos; e desenvolver métodos de processamento para a produção de ração de baixo custo.

A escassez, o alto custo de matérias-primas e equipamentos para a produção de rações para piscicultura no estado, principalmente fora da região metropolitana de Manaus, motivaram o desenvolvimento da pesquisa.   

“Determinamos a capacidade que os peixes onívoros têm de absorver estes produtos e convertê-los em biomassa. Por fim, desenvolvemos quatro fórmulas de rações orgânicas, baseadas em ingredientes da Amazônia, e avaliamos as respostas de crescimento e saúde de tambaquis alimentados com elas durante a recria e engorda”, acrescentou.  

Crédito: Divulgação/Fapeam

Resultado otimista

Conforme o pesquisador, os resultados foram promissores, dos quatro testes realizados, três das dietas orgânicas à base dos ingredientes avaliados proporcionaram desempenho de crescimento igual ou superior às rações comerciais e favoreceram, ainda, o fortalecimento do sistema imune do tambaqui.  

Por meio do projeto também foi possível adquirir e testar a primeira máquina extrusora de ração portátil e de baixo custo do Amazonas. Além disso, aquisição de equipamentos para estruturar o Laboratório de Recursos Naturais, contribuindo diretamente na formação dos estudantes dos cursos técnicos do Ifam – Campus Maués.  

Crédito: Divulgação/Fapeam

Parcerias 

Além do Ifam, o estudo contou com o apoio de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e da Universidade Nilton Lins, assim como de empresas e organizações do município não governamentais, no fornecimento das matérias-primas.   

O projeto conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amzonas (Fapeam). 

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