A Polícia Federal abriu inquérito, nesta quarta-feira (25), para apurar se houve crime de genocídio na Terra Indígena Yanomami.

O pedido foi feito pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, na última segunda-feira (23). 

+ Envie esta notícia no seu WhatsApp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

“Não tenho nenhuma dúvida técnica de que há indícios fortíssimos de materialidade do crime de genocídio. Genocídio não é só matar. Violar a integridade física e mental também é uma forma de genocídio”, afirmou Dino nas redes sociais. 

RELACIONADAS

+ Yanomami: FAB inicia montagem de hospital de campanha em RR

+ MPF aponta omissão do governo Bolsonaro com povos Yanomami em RR

+ Yanomami: Ministério da Saúde quer adiantar recrutamento de médicos

O objetivo do inquérito, que vai tramitar em Roraima, é investigar participação ou omissão de ex-integrantes do governo federal e também os envolvidos em toda a cadeia do garimpo ilegal.

O inquérito deve apurar desde garimpeiros até pilotos de aviões que transportam envolvidos e produtos. 

Nesta quarta (25), o ministro da Justiça afirmou que entrou com um pedido de análise da Advocacia-Geral da União (AGU) de uma ação que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) que desobriga a apuração da procedência de ouro comercializado. 

Crise sanitária Yanomami

Só em 2022, segundo o governo federal, 99 crianças Yanomami morreram. A causa da morte foi por desnutrição, pneumonia e diarreia, doenças evitáveis. 

O agravamento na saúde dos indígenas, com casos graves de desnutrição severa, verminose e malária, ocorreu em meio ao avanço do garimpo ilegal na região.

A estimativa é que em toda a Terra Indígena, 570 crianças morreram nos últimos quatro anos, na gestão de Jair Bolsonaro.