A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quarta-feira (2), o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por ter dado origem à chamada “Vaza Jato”.

Ele é acusado de invadir celulares do ex-juiz Sergio Moro e de procuradores da Lava Jato.

A PF também cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

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A Polícia Federal divulgou que há cinco mandados de busca e apreensão, sendo três no Distrito Federal e dois em São Paulo.

Além disso, também tem um mandado de prisão preventiva.

Na ação, a PF tenta obter mais informações sobre a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões.

Os documentos forjados incluíam um mandado falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

No ofício, havia inclusive a frase “faz o L”, um dos slogans da campanha eleitoral mais recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes”, diz relatório da Polícia Federal.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou a operação em uma rede social.

“Em prosseguimento às ações em defesa da Constituição e da ordem jurídica, a Polícia Federal está cumprindo mandados judiciais relativos a invasões ou tentativas de invasões de sistemas informatizados do Poder Judiciário da União, no contexto dos ataques às instituições”, escreveu.

Operação da PF 3FA

A operação “3FA” tem o objetivo de esclarecer a atuação de indivíduos na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na inserção de documentos falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).

As ações ocorrem no escopo de inquérito policial instaurado para apurar a invasão ao sistema do CNJ, que tramitou perante a Justiça Federal, mas teve declínio de competência para o Supremo Tribunal Federal em razão do surgimento de indícios de possível envolvimento de pessoa com prerrogativa de foro.

Os crimes apurados ocorreram entre 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos.

Além disso, foi inserido um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

As inserções fraudulentas ocorreram após invasão criminosa aos sistemas em questão, com a utilização de credenciais falsas obtidas de forma ilícita.

Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

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Terceira prisão de Delgatti

Segundo a Polícia Federal, Walter Delgatti havia sido preso em julho de 2019, durante a Operação Spoofing, que desarticulou uma “organização criminosa que praticava crimes cibernéticos”.

As investigações apontaram que o grupo acessou contas do aplicativo de mensagens Telegram usadas por autoridades.

Em junho deste ano, no entanto, Delgatti foi preso novamente por descumprir medidas judiciais.

Ele afirmou à PF que cuidava das redes sociais e do site de Zambelli, desrespeitando a condição para a liberdade provisória.

A Justiça novamente autorizou a soltura de Delgatti em 10 de julho, e o hacker voltou a usar tornozeleira eletrônica.