A Polícia Federal (PF) realiza nesta quinta-feira (25) a operação “Vigilância Aproximada”, que investiga suspeitos de participar de um esquema de monitoramento ilegal dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Segundo nota da PF, os suspeitos usavam ferramentas de geolocalização em dispositivos móveis sem autorização judicial. Cerca de 21 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Minas Gerais (Juiz de Fora e São Jõao Del Rei), Rio de Janeiro e Brasília.
Alexandre Ramagem
Um dos investigados é o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem que esteve à frente da instituição durante o governo Bolsonaro. Ramagem foi nomeado pelo ex-presidente em julho de 2019 e deixou o cargo em março de 2022 para concorrer à Câmara dos Deputados, ele foi eleito com 59 mil votos.
Ramagem foi delegado da Polícia Federal e esteve à frente das divisões de Administração de Recursos Humanos e de Estudos, Legislações e Pareceres, além de atuar como coordenador de eventos na Copa do Mundo em 2014, Olimpíada em 2016 e na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente.
A Polícia Federal faz buscas no gabinete de Ramagem, na Câmara dos Deputados, e no apartamento funcional da Câmara dos Deputados utilizado por ele.
A operação faz parte das investigações da Operação Última Milha, que aconteceu em outubro do ano passado.
Caso a PF comprove o envolvimento dos investigados, eles devem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.