O anúncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre plano para reduzir os preços de carros populares no Brasil incomodou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e lideranças da Casa que são aliados a ele.

Em conversas reservadas, Lira e líderes de partidos do Centrão reclamaram que o governo divulgou o pacote sem combinar previamente com a Câmara, de acordo com o colunista Igor Gadelha.

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O plano, que prevê a redução de impostos, como IPI e de PIS/Cofins, deve ser apresentado por meio de medida provisória, que precisará ser aprovada pelo Congresso Nacional.

O entorno de Lira também avalia que o plano passa um “sinal trocado”, por ter sido anunciado um dia após a aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara.

O texto do novo marco fiscal aprovado pelos deputados – e que ainda passará por análise do Senado – prevê uma série de mecanismos para conter as despesas públicas.

O Portal Norte entrou em contato com o gabinete de Lira para esclarecimentos, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.

MEDIDAS PARA BARATEAR CARROS POPULARES

O presidente Lula anunciou nessa quinta-feira (25) medidas para facilitar o acesso da população a carros novos e alavancar a cadeia produtiva ligada ao setor automotivo brasileiro.

A ideia já externada pelo presidente Lula em algumas oportunidades é de colocar os veículos em um patamar de preços parecido com os que os carros populares tiveram nas últimas décadas no Brasil.

O anúncio vai ser feito junto com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin que vai participar da reunião.

O evento também vai contar com a presença de ministros e representantes de trabalhadores e fabricantes da indústria automotiva.

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Alternativas para baixar preço dos carros populares

O governo ainda não bateu o martelo de como será feito para baratear o carro popular, porém o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na quarta-feira (24) que existem “várias possibilidades” para tentar baratear o carro popular em estudo.

“Mas tem coisa que só dá para fazer o ano que vem. Pode até ser anunciada, mas só dá para fazer no ano que vem, em virtude das regras fiscais [das contas públicas]”, declarou, antes da reunião com Lula e Alckmin.

As empresas do setor automotivo defendem a possibilidade de os trabalhadores poderem sacar uma parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) – 10% ou 15%, por exemplo.

E usar esse valor para trocar o carro usado por um novo.

Uma das alternativas seria editar a decisão por meio de medida provisória.  

O ministro do trabalho e Previdência Social, Luiz Marinho, já disse ser “radicalmente contra” essa medida.