O policial penal suspeito de matar um cinegrafista e ferir gravemente o amigo dele, num bar próximo ao Maracanã, foi transferido para um presídio.
Ele foi levado na tarde desta segunda-feira (3) para a Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
A unidade é destinada a policiais civis e penais da ativa.
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O agente Marcelo de Lima foi detido em flagrante, pouco após o crime, e submetido a uma audiência de custódia ainda no domingo (2).
Ele teve a prisão em flagrante foi convertida em preventiva.
O juiz Bruno Rodrigues Pinto, que conduziu a audiência, entendeu que não houve nenhum elemento em favor da tese da defesa, de que o acusado agiu em legítima defesa.
Na decisão, o magistrado afirmou que o policial tentou fugir e que “esse não é o tipo de comportamento esperado por aqueles que agem de acordo com a lei”, justificou.
Para o juiz, as circunstâncias em que o crime foi cometido “revelam uma personalidade extremamente violenta e desajustada de Marcelo de Lima”.
Entenda o caso
As cenas do crime começaram a repercutir nas redes sociais ainda na madrugada, após o Fla-Flu de sábado (1º).
Inicialmente pensava-se se tratar de uma confusão por conta de futebol, já que o bar estava lotado de torcedores do Flu recém saídos do jogo.
No entanto, testemunhas relataram que Marcelo de Lima atirou nove vezes, após brigar pelas últimas unidades de pizza que estavam numa estufa do bar.
Este crime brutal aconteceu com estabelecimento cheio e a poucos metros de uma viatura da PM, já que a área compreendia o esquema de segurança para o jogo.
Além de Thiago, que morreu na hora, os tiros pegaram o amigo dele, também torcedor do Flu, Bruno Tonini Moura.
Assista o vídeo do momento em que os tiros são disparados:
Famosos lamentam asssassinato de cinegrafista
O ator Lucio Mauro Filho utilizou o Instagram para prestar homenagem a Thiago Motta, cinegrafista torcedor do Fluminense morto após o jogo, na madrugada de domingo (2).
A publicação recebeu o apoio de dezenas de famosos também conheciam a vítima e lamentaram a tragédia.
Thiago, que também atuava como fotógrafo e diretor de fotografia, fez alguns trabalhos para a Globo e a Globoplay, entre eles, ‘A grande família’ e ‘Sob nova direção’.
Ainda não há informações sobre o sepultamento da vítima.
Confira a publicação feita pr Lúcio Mauro sobre o cinegrafista:
“Meu amigo Thiago era um profissional exemplar. Um fera das lentes, que operou a câmera de trabalhos fundamentais na minha carreira, como ‘A grande família’.
Um colega doce, querido por todos. Amante do Samba, da boemia, do bom papo, sempre posicionado. Estou estraçalhado.
Meu querido amigo partiu, tomando tiros num bar enquanto assistia seu Flu enfrentar o meu Fla. Hoje não tem comemoração.
Só tristeza e saudade. Meus sentimentos à toda a família, amigos e colegas de trabalho desse grande cara.
Meu repúdio a todo tipo de violência. Descansa em paz, Thiagão.”
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Clube faz campanha por doação de sangue
O Tricolor lamentou a morte do cinegrafista e torcedor do clube, e condenou a violência praticada contra Thiago e seu amigo Bruno.
O clube publicou uma nota sobre o episódio em suas redes sociais.
“O Fluminense Football Club lamenta profundamente a morte de Thiago Leonel Fernandes da Motta e torce pela recuperação de Bruno Tonini Moura, ambos tricolores, vítimas de agressão em um bar próximo ao Maracanã, após o jogo de sábado”.
O Tricolor está apoiando a campanha em prol de doadores de qualquer tipo de sangue, em nome de Bruno Tonini Moura, também foi baleado no episódio.
Bruno está internado na UTI do Hospital Badim, na Tijuca, e seu estado de saúde é considerado grave.
Mobilização na redes sociais convoca testemunhas
Foi divulgado no Twitter um chamado às testemunhas do momento em que o policial penal ataca Thiago e Bruno no bar.
As pessoas que queiram contribuir com relatos para auxiliar as investigações, podem procurar o gabinete do promotor de Justiça Fábio Vieira, nesta quinta (5) e sexta (6).
O endereço é Avenida Erasmo Braga, nº 115, 8º andar, Centro do Rio. O horário é das 13h30 às 17h30 (de Brasília).