O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do relatório da Polícia Federal que aponta Jair Bolsonaro como o líder de um plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

A decisão ocorreu nesta terça-feira (26) e o documento já foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR).

O relatório detalha o envolvimento de Bolsonaro e outras 36 pessoas em uma tentativa de golpe contra o governo eleito. Segundo a Polícia Federal, o ex-presidente teria articulado ações para desestabilizar o processo democrático no país.

Crimes e desinformação

Os indiciados, incluindo o ex-capitão, são acusados de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

A Polícia Federal (PF) afirma que o grupo liderado por Bolsonaro planejou e disseminou desinformação sobre o sistema eleitoral desde o início do seu governo, em 2019.

A estratégia visava convencer a população de que havia fraudes nas urnas eletrônicas, minando a confiança na democracia brasileira.

Encontro estratégico do governo Bolsonaro

O relatório destaca uma reunião realizada em 5 de julho de 2022, com membros do alto escalão do governo Bolsonaro, incluindo Anderson Torres (Justiça), Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Defesa), Augusto Heleno (GSI) e Mário Fernandes (Secretaria-Geral).

Segundo a PF, o objetivo do encontro foi instruir os ministros a disseminar desinformação sobre o sistema eleitoral, utilizando recursos e estruturas do Estado.

Essa ação antecedeu em 13 dias a reunião em que Bolsonaro apresentou acusações falsas sobre as urnas eletrônicas a embaixadores estrangeiros.

Próximos passos

Agora, cabe à PGR analisar as evidências e decidir se apresentará denúncia formal contra os suspeitos. No entanto, uma resposta oficial só é esperada em 2025.

O material foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deverá decidir sobre a apresentação de denúncias contra os indiciados em 2025.