A aplicação financeira mais tradicional dos brasileiros está batendo recorde de retiradas em 2022.
Nos seis primeiros meses do ano, os brasileiros sacaram R$ 50,49 bilhões a mais do que depositaram na caderneta de poupança, informou nesta quinta-feira, 7, o Banco Central (BC).
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O volume é o mais alto desde o início da série histórica, em 1995.
Por causa da greve dos servidores do BC, a divulgação do relatório estava paralisada por quase três meses.
Com o fim do movimento, na terça-feira, 5, a apresentação de estatísticas está sendo gradualmente retomada.
Apenas em junho, os brasileiros sacaram R$ 3,76 bilhões a mais do que depositaram na poupança.
A retirada líquida, diferença entre saques e depósitos, é a maior registrada para o mês desde 2015.
O BC também divulgou os dados de abril e de maio.
Em abril, a caderneta registrou retirada líquida de R$ 9,88 bilhões, o maior volume da série histórica.
Em maio, a aplicação reagiu e teve captação líquida (depósitos menos saques) de R$ 3,51 bilhões, o maior valor desde 2020.
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Em 2020, a poupança registrou captação líquida recorde de R$ 166,31 bilhões.
Contribuiu para o resultado a instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia de Covid-19 e o pagamento do auxílio emergencial, que foi depositado em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.
No ano passado, a poupança tinha registrado retirada líquida de R$ 35,5 bilhões.
A aplicação foi pressionada pelo fim do auxílio emergencial, pelos rendimentos baixos e pelo endividamento maior dos brasileiros.
A retirada líquida só não foi maior que a registrada em 2015 (R$ 53,57 bilhões) e em 2016 (R$ 40,7 bilhões).
Naqueles anos, a forte crise econômica levou os brasileiros a sacarem recursos da aplicação.
Rendimento
Até recentemente, a poupança rendia 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia).
Desde dezembro do ano passado, a aplicação passou a render o equivalente à taxa referencial (TR) mais 6,17% ao ano, porque a Selic voltou a ficar acima de 8,5% ao ano.
Atualmente, os juros básicos estão em 13,25% ao ano.
O aumento dos juros, no entanto, foi insuficiente para fazer a poupança render mais que a inflação, provocando a fuga de alguns investidores.
Nos 12 meses terminados em junho, a aplicação rendeu 5,75%, segundo o Banco Central.
No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial, atingiu 12,04%.
O IPCA cheio de junho será divulgado nesta sexta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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