Nesta quinta-feira, 21, circularam nas redes sociais imagens de uma menina de 12 anos de idade que foi pisoteada e xingada por alunos de uma escola municipal, em Novo Horizonte (SP). O caso foi registrado no dia 11 de março por preconceito de raça ou cor.
As agressões foram denunciadas pela mãe da jovem. Segundo ela, a menina foi agredida fisicamente e xingada de ‘macaca’ e ‘cabelo de bombril’.
A mãe da vítima disse à Polícia que não é a primeira vez que agressões ocorrem contra a filha. Por isso, solicitou medida protetiva, que foi concedida pela Justiça.
A vítima também fez exame de corpo de delito.
Danos psicológicos sobre a vítima
O preconceito impacta diretamente a saúde mental da vítima. Em Roraima, psicólogos repercutem o caso.
De acordo com o psicólogo Wagner Costa, o jovem que sofre a discriminação pode ter a autoestima afetada.
“Os jovens vão se sentir inferior, inadequado ou indesejado, por causa da sua raça, que pode levar a essa diminuição da autoestima. A autoestima, basicamente, é o que define a forma como você interage com o mundo. A autoestima diz se você se sente competente ou não”, ressaltou.
Costa afirma que ansiedade e depressão são transtornos que podem ser desenvolvidos por conta da intolerância.
“O estresse crônico pode levar a pessoa a desenvolver ansiedade, porque ela estará sempre sob pressão, sempre com medo, sempre preocupada, sempre na expectativa de esperar a agressão vinda de outras pessoas”, explicou.
“Se a pessoa já tiver um perfil biológico com tendências a ansiedade, isso é mais grave. Assim, vem a questão da depressão, que é outro problema de saúde mental que pode ser desenvolvido a partir disso”, completou Costa.
Conforme a psicanalista Janaína Nunes, o preconceito de raça ou cor é grave e crescente.
“Quando uma criança é vítima de um crime, os impactos podem ser ainda mais severos. Podem causar traumas que podem perdurar por toda a vida”, ressaltou Nunes.
“A violência racial e o bullying podem gerar sentimento de desamparo e desconfiança em relação às instituições de proteção e à família. A sensação de não ser apoiada e protegida pode aumentar a vulnerabilidade emocional da vítima”, completou a psicanalista.