O prefeito da cidade paranaense de Araucária, Hissam Hussein Dehaini (Cidadania), de 65 anos, se casou, no mês passado, com Kauane Rode Camargo, uma adolescente de 16 anos.
Embora o casamento tenha ocorrido há praticamente dez dias, foi somente nesta segunda-feira (24) que ele ganhou um pouco mais de repercussão.
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Kauane participou, no ano passado, do concurso Miss Araucária, na categoria teen (para meninas de 15 e 17 anos) e ficou em segundo lugar na competição.
Ela frequenta o Ensino Médio em uma escola cívico-militar do município.
Hissam está no segundo mandato como prefeito de Araucária. Ele se divorciou da segunda esposa no ano passado.
O patrimônio do prefeito de Araucária está declarado na Justiça Eleitoral com o valor de R$ 14 milhões em bens.
Vale ressaltar que, no Brasil, um menor de idade pode se casar com consentimento dos pais.
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Kauane é filha de Marilene Rode, que desde o dia 14 de abril assumiu o comando da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SMCT).
Antes disso, ela era diretora-geral da Secretaria Municipal de Educação do município.
Sobre a nomeação de Marilene feita pelo prefeito de Araucária, a Secretaria Municipal de Comunicação Social (SMCS) emitiu a seguinte nota:
“Marilene Rode reúne as condições necessárias para o exercício do cargo de secretária de Cultura e Turismo, vez que possui 26 anos de experiência no serviço público, com ampla vivência na área da Educação e em funções de chefia, assessoramento e direção, inclusive nesta Municipalidade”.
A irmã de Marilene, Elizângela Rode, também é comissionada na prefeitura.
Casamento com menores de idade
Segundo a organização Girls not Brides, mais de 2,2 milhões de menores de idade são casadas no Brasil ou vivem numa união estável, sendo cerca de 36% da população feminina brasileira menor de 18 anos.
O Brasil é o quarto país do mundo em números absolutos de casamento infantil.
Segundo Flávia Gomes Cordeiro, promotora de Justiça do Piauí, o casamento infantil para as meninas trazem consequências agravantes, como o serviço doméstico, falta de profissionalização, exclusão do mercado de trabalho, abandono escolar e a restrição da mobilidade e da liberdade.
“O fechamento das escolas, as quebras de vínculos e de muitos serviços também, como os serviços do Sistema Único de Assistência Social, que deixaram um pouco de estar tão presentes pela própria condição da pandemia, acabam por expor essas meninas a um fator de risco maior de casamento infantil, de abuso. Até a pressão financeira”, disse a promotora.