Presidente da Funai é xingado durante assembleia na Europa

O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, foi xingado nesta quarta-feira, 20, durante a 15ª Assembleia Geral do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe (Filac) realizada em Madri, na Espanha. Veja o vídeo logo abaixo.

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Ele foi chamado de “miliciano” pelo indigenista Ricardo Rao, que se levantou durante o evento e também acusou Xavier de responsabilidade pelas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

“Este homem não pertence aqui, não é digno de estar entre os senhores. O Itamaraty é uma vergonha. O Itamaraty está sendo babá de miliciano. Marcelo Xavier é um miliciano. É responsável pela morte de Bruno Pereira e Phillips. Miliciano. Vai embora. Vai pra fora”, gritou Ricardo Rao.

Constrangido, o presidente da Funai se levantou e acabou deixando o evento em Madri.

A 15ª Assembleia Geral da Filac acontece na sede do Ministério das Relações Exteriores da Espanha.

A Filac é um órgão criado no início dos anos 1990 pela Cúpula Iberoamericana para marcar uma nova relação entre estados e povos indígenas.

O Brasil faz parte do Fundo a partir da adesão assinada pelo então presidente Fernando Collor de Mello.

Marcelo Xavier

Além de ser presidente da Funai desde 2019, Marcelo Xavier também é delegado da Polícia Federal.

Não é a primeira vez que ele sofre críticas ou protestos.

Ele é acusado por ambientalistas de atuar na defesa de ruralistas e contra a demarcação de terras indígenas.

O Portal Norte entrou em contato com a Funai para saber a posição do órgão sobre as críticas sofridas pelo gestor na Europa, mas a mesma não se prounciou até a publicação desta reportagem.

Quem é Ricardo Rao

Ricardo Rao é um ex-funcionário da Funai que se declara exilado na Europa.

Segundo ele, em novembro de 2019, depois de sofrer repetidas ameaças de morte, decidiu sair do Brasil.

Naquela época, Rao atuava como agente da Funai no Maranhão. O trabalho dele envolvia assuntos relacionados a ações de criminosos ambientais e processos administrativos.

Veja o vídeo: