O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Manuel Palácios, afirmou, nesta quarta-feira (8), que não há justificativas para anular as três questões do Enem 2023 criticadas pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a “bancada ruralista”.
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Os itens criticados pelos políticos abordavam debates sobre a agropecuária e o desmatamento na Amazônia e no Cerrado.
Manuel alega que as questões cobravam apenas interpretação de texto do candidato, não concordância com o assunto tratado. Ele salientou que a prova é regida por critérios técnicos, sem a intervenção do governo.
“O que justifica a anulação é o caso de um item não ter uma resposta correta bem construída, ou se ele não produz informação relacionada efetivamente com a habilidade avaliada”, declarou Palácios.
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Quais são as questões?
Em nota publicada pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a “bancada ruralista” diz que aguarda posicionamento “urgente” do governo federal sobre questões “de cunho ideológico e sem critério científico ou acadêmico” no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
As questões em específico tratam da expansão do agronegócio na Amazônia e Cerrado, sendo os itens 70 e 89 da prova branca.
Eles também questionam o item 71, que compara a corrida espacial à colonização do Brasil.
Segundo a frente parlamentar, essas questões apontam “negacionismo científico” contra o setor. Além disso, eles alegam que o governo propaga desinformação sobre a “principal atividade econômica e de produção de riqueza, renda e empregos”.