Problemas respiratórios têm atrapalhado a vida de muitos moradores de Roraima, principalmente em 2023.
A informação é do Pronto Atendimento Cosme e Silva, que divulgou neste mês dados que apontam aumento dos casos no Estado.
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Somente em agosto, o Cosme e Silva recebeu 1.335 pacientes com reclamações de problemas respiratórios. Deste total, 974 atendimentos foram relacionados às infecções de vias aéreas superiores.
O levantamento aponta, ainda, 199 atendimentos a pacientes com pneumonia. Houve, no mesmo sentido, mais de 160 pessoas que apresentaram sangramento nasal.
“Nesse momento de calor extremo em Roraima, tivemos um aumento significativo das doenças respiratórias. Em agosto, o Pronto Atendimento teve uma elevação de 40% em comparação aos outros meses do ano, e não está sendo diferente agora no mês de setembro, afirmou a diretora geral da unidade, Moema Gonçalves.
Problemas respiratórios: cuidados devem ser tomados
O Cosme e Silva é o destino de pacientes que procuram acolhimento com maior celeridade, funcionando 24 horas por dia para os casos de urgência e emergência médica.
“Algumas pessoas [que chegam até a unidade] apresentaram casos de pneumonia, sangramento nasal, bronquite e asma. É preciso identificar os sintomas graves como a falta de ar, cansaço extremo e febre alta”, disse Moema.
A diretora da unidade ressaltou ainda os cuidados que as pessoas precisam ter para evitar a evolução dos sintomas para casos graves.
Isso inclui o aumento de ingestão de líquidos, evitar a exposição a locais fechados ou com grande aglomeração, e a consciência sobre os riscos da automedicação sem o diagnóstico preciso.
“Procure um médico, não tome a medicação por conta própria e também é importante sempre estar com o cartão de vacina atualizado”, complementou.
Problemas respiratórios têm relação com questões climáticas
Os problemas respiratórios são reflexo de outras questões que têm atormentado a população de Roraima: calor e seca.
O ano de 2023 é marcado, até então, pelo surpreendente aumento das temperaturas em todas as regiões do Brasil.
O aumento nas temperaturas, por sua vez, é reflexo direto do super El Niño, fenômeno climático que decorre do aquecimento anormal das águas do oceano pacífico.
A onda de calor no Estado foi, inclusive, tema de Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Roraima, em Boa Vista, neste mês de setembro.
Órgãos e instituições se reuniram para debater a onda de calor intenso que atinge a região nos últimos meses e, também, para discutir os impactos da estiagem no Estado.
Seca não deve dar trégua tão cedo
Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apontam condição de seca moderada e severa principalmente no Amazonas, Pará, Roraima e Amapá.
O Índice Integrado de Seca (IIS3 e 6), usado pelo Cemaden, indicou a gravidade da situação para o mês de agosto. Ou seja, levou em consideração os oito primeiros meses do ano.
De certa forma, o índice divulgado recentemente mostra como o calor e menor quantidade de chuvas vêm colaborando para a seca.
O levantamento aponta, ainda, que o oceano pacífico segue evoluindo um episódio de El Niño.
No mesmo sentido, os principais centros de previsão no mundo ressaltam que o episódio influenciará o clima no Brasil durante este trimestre, com ápice entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024.
Assim, há chances maiores para chuvas abaixo da média no Norte do país. A área inclui os estados do Amazonas, Pará, Roraima e Maranhão.
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