Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, nesta quarta-feira (18), para debater a atuação do Brasil no conflito do Oriente Médio, o ministro Mauro Vieira, do Itamaraty, avaliou como ¨vitória diplomática¨ a proposta de cessar-fogo apresentada pelo governo brasileiro no Conselho de Segurança da ONU (CSNU).  O texto foi vetado pelos Estados Unidos.

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Além da faculdade de impor sanções mandatórias, o Conselho é a única instância internacional capaz de autorizar o uso legítimo da força em caso de ameaças à paz, ruptura da paz e atos de agressão.

Ao lembrar que o CSNU não tem uma resolução aprovada desde 2016, Vieira apontou que o próprio veto dos Estados Unidos à resolução apresentada pelo Brasil é indicador de vitória. 

“Só se produz o veto se houver condições de [a proposta] ser aprovada. Foi um caso único. Foi uma vitória diplomática brasileira ter conseguido reunir 12 países que uniram forças com o Brasil. É uma grande conquista”, explicou o chanceler.

O Brasil está na presidência do Conselho de Segurança durante todo o mês de outubro. Sua proposta de resolução pedia cessação das hostilidades, segurança para crianças e idosos, liberação de estrangeiros e permissão para a entrada de recursos assistenciais para a população local. Doze dos 15 membros do Conselho apoiaram a proposta, incluindo China e França, que são membros permanentes. Os Estados Unidos votaram contra e, como também são um membro permanente, a rejeição representa veto à proposta. O motivo do veto americano teria sido a ausência, no texto da proposta, de uma menção ao direito de Israel à autodefesa.

NENHUM BRASILEIRO PARA TRÁS

Hoje existem cerca de 14 mil brasileiros residentes em Israel e outros 6 mil na Palestina, a maioria na Cisjordânia. O Brasil está completando a primeira fase da operação Voltando em Paz, que repatriou cerca de 1.150 brasileiros não-residentes que estavam em Israel. Um grupo de aproximadamente 30 pessoas está na fronteira de Gaza com o Egito, aguardando autorização para cruzar a fronteira.

“O Brasil foi o primeiro país a iniciar uma operação de repatriação de nacionais, com altíssima eficiência. Temos cidadãos em necessidade de assistência dos dois lados do conflito. É nosso dever e prioridade atender a ambos o mais rapidamente possível. A determinação do presidente da República é não deixar nenhum brasileiro para trás”, declarou o ministro.

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