A Polícia Federal (PF) apontou que o certificado de vacinação de Jair Bolsonaro (PL), com dados de uma falsa imunização, foi emitido de um computador do Palácio do Planalto.

A fraude, segundo a PF, ocorreu em dezembro de 2022, antes da viagem do ex-presidente para os Estados Unidos.

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Os registros do SUS apontam que o ex-presidente tomou duas doses da Pfizer, em agosto e outubro de 2022, mas essas vacinas não foram aplicadas.

Os dados falsos afirmavam que a imunização ocorreu em uma unidade de saúde de Duque de Caxias (RJ).

Em 22 de dezembro, um dia após o registro falso, o certificado de imunização de Bolsonaro foi emitido no ConecteSUS de um computador do Planalto.

Ainda de acordo com a PF, um novo acesso, também no Planalto, foi feito no dia 27 de dezembro.

Como tudo começou

Após quebra de sigilo das mensagens do  tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid no inquérito das milícias digitais, no Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal (PF) constatou que o cartão de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro também foi adulterado.

Os dados encaminhados pelo Ministério da Saúde mostraram ainda que, assim como ocorreu com as inserções falsas de vacinação contra a Covid-19 em favor de Cid e da mulher dele, o secretário municipal do governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha, foi o responsável pela inserção dos dados de vacinação contra a Covid-19 em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O tenente-coronel trocou mensagens pedindo a contatos do município que fosse inserido um registro falso de vacinação para ele e para a esposa, Gabriela Santiago Ribeiro Cid.

Ao verificar essas mensagens, a PF levantou os registros de Cid e descobriu uma alteração feita pela servidora da prefeitura, Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva.

Além disso, registros da Rede Nacional de Dados em Saúde mostram que Bolsonaro teria se vacinado em 13 de agosto e em 14 de outubro de 2022 no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ).

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Exclusão de dados de Bolsonaro

Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva excluiu essas informações do sistema antes da viagem de Bolsonaro para os Estados Unidos, que ocorreu em 27 de dezembro, afirmando no sistema que teria acontecido um “erro”.

As mensagens de Cid mostram também que a ponte entre os servidores de Duque de Caxias que participavam do esquema criminoso e os integrantes do governo federal que queriam adulterar os registros de vacina foi feita por meio do ex-vereador Marcelo Siciliano.