A Rússia encerrou uma investigação criminal sobre a rebelião armada liderada pelo chefe mercenário Yevgeny Prigozhin, nesta terça-feira (27).

Segundo autoridades não houve acusações contra ele ou qualquer outro participante.

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A ação segue um pronunciamento de Vladimir Putin feito na segunda-feira (26).

Presidente russo propôs aos combatentes mercenários a opção de se juntar ao exército russo ou partir em exílio para Belarus.

Kremlin

O Serviço Federal de Segurança, ou FSB, disse que sua investigação constatou que os envolvidos no motim “cessaram as atividades destinadas a cometer o crime”.

No fim de semana, o Kremlin se comprometeu a não processar Prigozhin e seus combatentes depois que ele interrompeu a revolta no sábado (24).

Motim

A retirada das acusações responde aos questionamentos que ficaram após o motim sobre o que aconteceria com o grupo armado que marchou contra Moscou.

Em seu primeiro discurso televisionado após o levante, Putin procurou projetar estabilidade e controle, criticando os “organizadores” do levante, sem citar o nome de Prigozhin.

Mas também elogiou os combatentes mercenários por evitarem o “derramamento de sangue ao pararem na última linha”.

A acusação de organizar um motim armado acarreta uma pena de até 20 anos de prisão no País.

O fato de Prigozhin ter escapado da acusação representa um forte contraste com como o Kremlin vem tratando aqueles que organizam protestos contra o governo.

Muitas figuras da oposição na Rússia receberam longas penas de prisão e estão cumprindo pena em colônias penais famosas pelas condições severas.

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Mistério

O paradeiro de Prigozhin permanece um mistério nesta terça.

Um projeto independente de monitoramento militar bielorrusso, o Belaruski Hajun, disse que um jato executivo com Prigozhin supostamente aterrissou perto de Minsk.

A equipe de mídia de Prigozhin, o chefe de 62 anos do grupo Wagner, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A insurreição de curta duração de Prigozhin no fim de semana – o maior desafio ao governo de Putin em mais de duas décadas no poder – abalou a liderança da Rússia.

O Instituto para o Estudo da Guerra também observou que a ruptura entre Putin e Prigozhin é provavelmente irreparável e que fornecer ao chefe Wagner e seus partidários Belarus como um aparente refúgio seguro pode ser uma armadilha.