A Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp) reuniu, nesta quarta-feira (27), a equipe responsável pelas investigações da rebelião ocorrida em 26 de julho, no Complexo Penitenciário de Rio Branco.

Durante o encontro, foram apresentados detalhes sobre a transferência de 14 detentos, não apenas do Presídio Antônio Amaro Alves, mas de todo o complexo penitenciário.

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Na terça (26), um avião da Polícia Federal chegou em Rio Branco para transportar os detentos até Brasília (DF).

A transferência para outros presídios ficará sob a responsabilidade da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

A Sejusp optou por não divulgar os nomes dos presos transferidos por questões de segurança, já que as investigações ainda estão em curso.

O coronel José Américo Gaia, representante da Sejusp, afirmou que nenhum servidor do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) foi afastado após a rebelião. 

Ele disse que houve mudanças na estrutura, medida comum após incidentes como esse, mas as equipes continuam trabalhando normalmente.

Durante a investigação, foram abertos dois inquéritos: um para apurar as circunstâncias das mortes de cinco detentos e outro para esclarecer o que ocorreu durante a rebelião em si.

Entrevista coletiva ocorreu nesta quarta-feira, na Sejusp – Foto: Reprodução/TV Norte do Acre

As autoridades de segurança estão atentas a possíveis retaliações que possam surgir após a transferência dos presos.

“Há um trabalho de monitoramento de todas as ações dos faccionados relacionadas a retaliações. Temos informações de que um grupo pode estar se desfazendo e outro se sobrepondo. Portanto, trabalhamos de forma preocupada e intensificada”, esclareceu Gaia.

Essa é a primeira transferência de detentos no sistema prisional acreano desde 2018, e novas transferências poderão ocorrer à medida que as investigações avançam. 

“A Sejusp realizou várias reuniões para identificar os responsáveis pelo ocorrido naquele dia, tanto em relação à execução da rebelião quanto à tomada de decisões para que ela acontecesse. Foi um trabalho minucioso, incluindo oitivas das pessoas envolvidas e análise de áudio e vídeo, que culminou com essa transferência”, disse Gaia.

O delegado-geral da Polícia Civil do Acre, Henrique Maciel, informou que as investigações estão em estágio avançado e que há indícios de provas que precisam ser concluídos para atender à Justiça.

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